Por paulo.gomes
Rio - O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu nesta terça-feira uma sindicância para apurar a denúncia de que o médico e vereador Doutor Gilberto Lima (PTN-RJ) faltava aos plantões da rede pública de saúde. Presidente da Comissão de Saúde Pública da Câmara de Vereadores, que tem como objetivo fiscalizar a saúde no município, Dr. Gilberto, mesmo não indo aos plantões, recebia seu pagamento normalmente.
Vereador Dr. Gilberto Lima (PTN) é o atual presidente da Comissão de Saúde Pública da Câmara de VereadoresReprodução Facebook

"Vamos abrir uma sindicância para apurarmos essa situação, porque o Conselho Regional de Medicina tem que zelar pelo Código de Ética Médico. E no código está colocado que não se pode faltar ao plantão. Precisa apurar se eles tiveram uma justificativa excepcional. Caso de doença grave poderia justificar a ausência ao plantão. Então nós temos que ver também se as informações na Internet estão corretas, porque muitas vezes o registro está desatualizado e pode passar uma informação equivocada. Então temos que apurar para não cometermos nenhuma injustiça", disse o doutor Pablo Vasques, presidente do Cremerj, ao Bom Dia Rio.

Além do vereador, a esposa dele, a médica Mara Gisele dos Santos de Souza, também será investigada pelo Cremerj. O nome dela apareceu num plantão de 24h no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, e no mesmo dia, num plantão na Coordenação de Emergência Regional da Secretaria Municipal de Saúde.

"Temos que ter as informações para não cometermos o julgamento precipitado. Mas numa escala de plantão, se a escala estiver correta, tem que constar nomes de pessoas que estão comprometidas com o plantão", afirma Pablo Vasques.
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O presidente do Cremerj afirma que os médicos podem ter seus registros cassados. "Não podemos permitir que uma pequena quantidade de médicos, que faça infração ao código de ética, fique impune. Isso prejudica o nome da categoria, a visão que a população tem sobre os médicos e é injusto com a grande maioria dos médicos. Se ficar comprovado que houve infração ao Código de Ética Médico, haverá punição. Ela varia desde advertência confidencial até a cassação do registro", finaliza.
Através de nota oficial, o Cremerj afirmou que a maioria dos médicos que atuam na rede pública está comprometida com um atendimento digno e de qualidade para seus pacientes, tendo que lidar, muitas vezes, com a falta de estrutura e de condições adequadas de trabalho.