Por felipe.martins

Rio - Principal líder de oposição ao governo do estado na Alerj e pré-candidato à prefeitura do Rio, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSol) defendeu, em entrevista ao DIA, a renúncia do governador Francisco Dornelles e a convocação de novas eleições. Dornelles decretou nesta sexta-feira estado de calamidade publica causada pela crise econômica. 

Freixo rejeita o argumento do governo do estado de que a crise é causada pela queda de arrecadação dos royalties do petróleo e de ICMS. "Essa decisão do Dornelles é o resultado do modelo econômico implementado pelo PMDB,  que insistiu nas isenções fiscais sem critério nenhum, sem contrapartida de geração de emprego e renda no estado.  Um modelo que vem desde o governo Cabral, pegando empréstimos muito questionáveis em dólar. Esse modelo acabou com o Rio de Janeiro", disse Freixo.  

Freixo defende a renúncia de DornellesBanco de imagens

"A queda de arrecadação não justifica toda essa crise. É uma queda muito menor que a anunciada pelo governo do PMDB. O grande problema é o endividamento. Acabaram de dar R$ 700 milhões de isenção para a Land Rover e a empresa vai gerar apenas 400 empregos, um absurdo", completou

Ele define o momento atual do Rio como 'desgovernado' e não acredita que uma volta do governador eleito, Luiz Fernando Pezão, afastado para tratamento de um linfoma, traria algum alento à população do Rio de Janeiro. "Eu tenho respeito pelo momento vivido pelo Pezão, mas o fato é que o Rio está sem governo. O estado não paga os servidores e aposentados, o transporte não funciona, a saúde e a educação nessa situação que se encontram, policiais morrendo todo dia. Eu acho que o mais digno era o Dornelles renunciar e decretar eleições gerais", apontou.

O psolista critica ainda a decisão de Dornelles embasada pela proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio. "A gente não pode achar que o único problema do Rio são as Olimpíadas. Um governo que não paga os servidores, com índices de violência que não param de subir. Eu esperava que as Olimpíadas gerassem empregos e investimentos para o Rio de Janeiro, mas, assim como o Pan e a Copa do Mundo, o que sobra para a população é a especulação imobiliária. Faltando menos de 50 dias para a Olimpíada, 80% das nossas escolas não têm quadras poliesportivas. Esse é o modelo que acabou com o nosso estado".

Dornelles assumiu interinamente o governo do estado no final de março deste ano. Para Freixo, o pouco tempo no exercício da função não diminui a responsabilidade na crise do Rio. "Ele e o Pezão são o mesmo governo. Estavam com o Cabral e até com a Rosinha, diga-se de passagem". 

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