Criada no bairro de Vila de Cava em Nova Iguaçu, a empregada doméstica Gil Santos sempre teve muitas histórias para contar, seja de sua vida, suas experiências e tudo aquilo que viu ao longo dos anos. Mas foi só quando assistiu ao filme ‘Histórias Cruzadas’ que ela resolveu colocar tudo isso no papel. O resultado foi o livro ‘Minha vida, minhas histórias’, lançado neste mês.
“A ideia para escrever o livro surgiu depois de eu ter assistido ao filme ‘Histórias cruzadas’, que conta a história de empregadas domésticas. Eu tive que parar de trabalhar porque o menisco do meu joelho estourou. E veio à memória a minha infância até a vida adulta e comecei a colocar tudo no papel. Eu falo da minha história como empregada doméstica e que ainda continuo trabalhando, uma vez por semana. Defendo muito a questão das empregadas e também os direitos dessas profissionais”, descreve.
Além de agora dividir o ofício de empregada doméstica com o de escritora, Gil Santos também encontra tempo para atuar em projetos sociais. Ela é voluntária da Junta de Missões Mundiais para ajudar as crianças refugiadas do Oriente Médio, e que conta com médicos, psicólogos e outros profissionais que doam serviços e materiais. Atualmente ela se divide entre os projetos ‘Tenda de Brincar’ e ‘A fome no mundo’, participando de missões no estado do Rio e nordeste brasileiro.
Já em seu berço, ela deu sua contribuição participando do projeto ‘Livros para Voar’, desenvolvido Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (Fenig), como parte do Programa Municipal de Incentivo à Leitura.
“Eu trabalhei dois anos fora do Brasil e percebi que as pessoas liam muito na Europa. Nós brasileiros lemos muito pouco. Eu vi que a Fenig colocou um tapete para as crianças para incentivar a sentar e ler. Achei superinteressante. Os livros estão circulando pela cidade e fiz doações de livros para o projeto”, afirmou a escritora.
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