Luiz Césio Caetano, 1º vice-presidente da Firjan
Luiz Césio Caetano, 1º vice-presidente da FirjanVinícius Magalhães/Divulgação Firjan
Por Luiz Césio Caetano*
Não é de hoje que o mundo corporativo é chamado a participar das grandes transformações que a sociedade exige e tudo indica que esse protagonismo, já sentido em 2020 com a pandemia, será ainda mais expressivo com as iniciativas em torno dos critérios ESG “Environmental, Social and Governance” (Ambiental, Social e Governança, em português).
Enquanto o Poder Público nem sempre consegue oferecer respostas ágeis, as empresas, em tempos de alta competitividade, estão acostumadas a atuarem com mais eficiência e velocidade no seu dia a dia. Ano após ano, o setor privado vem aumentando a consciência de sua maior participação no ambiente social e comunitário porque é parte integrante dele, e, portanto, dependente do seu equilibrado funcionamento.
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Não à toa, temos visto cada vez mais exemplos de empresas fluminenses comprometidas com esse novo papel, investindo mais e mais em projetos e iniciativas positivamente transformadoras do meio ambiente e do social. Quer ver alguns exemplos?
Desde o ano passado a Farm Rio busca neutralizar a emissão de carbono através do plantio de árvores. A L’Oréal reforça suas ações de diversidade e inclusão para valorizar talentos negros, tanto que conquistou recentemente o Prêmio Pessoas, na categoria “Diversidade e Inclusão”. Já a CSN, em parceria com a Firjan SENAI SESI, executa o programa Capacitar, uma formação exclusiva para mulheres com dois objetivos: abrir as portas para uma atividade que sempre esteve marcada pela mão de obra masculina e fortalecer as competências socioemocionais dessas profissionais já integradas à rotina da indústria.
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O que tudo isso quer dizer? Que a sigla ESG, já consolidada em 2021, pode ser usada para comunicar o quanto um negócio gerencia e minimiza os seus impactos no meio ambiente, constrói um mundo mais responsável para as pessoas em seu entorno e mantém os melhores processos de administração corporativa. Os resultados dessa tomada de responsabilidade já estão sendo visualizados em larga escala.
Segundo a Global Sustainable Investment Alliance, o segmento de investimento responsável já chega a US$ 31 trilhões, o que representa 36% do total de ativos financeiros sob gestão no mundo. Presente em mais de 50 países, a reconhecida Boston Consulting Group (BCG) também indica que as empresas que adotam melhores práticas através do ESG observam impactos positivos, como maior lucratividade e até a melhora em seu valor de mercado ao longo do tempo.
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A pauta ESG, portanto, não é moda, mas um caminho sem volta. E para mostrar que não cabe somente aos grandes, mas também aos médios e pequenos empresários, a Firjan realiza até agosto a websérie ESG com o propósito de compartilhar o conhecimento consolidado até aqui sobre o tema, integrando as visões dos investidores, a relação com as agendas globais de sustentabilidade e as métricas de avaliação de mercado. A ideia é também compartilhar práticas empresariais de excelência em ESG aplicadas ao encadeamento produtivo.
A “empresa do futuro”, portanto, não é só inovadora, mas é também socialmente responsável, e, acima de tudo, preocupada em implementar uma governança responsável, pautada na longevidade dos negócios e em criar um ambiente de bem-estar para seus colaboradores e para a sociedade.
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*É Primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)