Marcio Hannas é Diretor-Presidente da Concessionária do VLT Carioca. Divulgação

Mobilidade urbana é tema presente para quem está de olho no futuro. Integração e intermodalidade são processos-chave para fazer dos grandes centros áreas de melhor circulação de pessoas, desafio ampliado desde a chegada da covid-19.

No Rio, o VLT Carioca faz parte de um cenário que busca esse conceito de revitalização pela reorganização do ambiente urbano. A iniciativa de trazer os trilhos de volta à região central oferece a perspectiva positiva de aspectos do passado, como a valorização da arquitetura histórica. E ainda permite novos olhares, como é o caso do Boulevard Olímpico, espaço antes degradado que atualmente se tornou um dos mais queridos por cariocas e visitantes.

E se nos últimos anos o Centro foi uma das áreas que mais sofreu com impactos da crise econômica que existia já antes da pandemia, mais mobilidade é parte da solução, e não do problema. A área hoje conta com uma estrutura de transporte privilegiada que permite novas rotinas além de ser apenas o núcleo financeiro e de negócios da cidade.
Ao concentrar em média 70% dos empregos e uma proporção bem inferior de habitantes, a região acumula oportunidades para aproximar as pessoas de seus locais de trabalho. Mais moradias acompanhadas de oferta de serviços, com facilidade de deslocamento.

Nesse contexto, o VLT tem papel fundamental, seja como promotor de desenvolvimento ou indutor do turismo no entorno cercado de construções comerciais subaproveitadas, mas também de dezenas de museus, teatros e centros culturais. Em pouco mais de cinco anos de operação, são mais de 75 milhões de passageiros transportados, 760 mil viagens realizadas e quatro milhões de quilômetros rodados. Um legado consolidado, com as três linhas que eram previstas concluídas e hoje conectado a ônibus, trens, metrô, barcas, além de terminal de cruzeiros, Rodoviária do Rio e aeroporto Santos Dumont. O principal integrador de quem chega ao Centro e, também, de quem circula pelos bairros da Região Portuária.

Essa conexão, vale lembrar, é feita de forma sustentável, já que o sistema é movido à energia elétrica oriunda de fontes renováveis (usinas eólicas, solares e biomassa) e ajuda a reduzir a quantidade de carros e ônibus nas ruas. Anualmente, são cerca de oito toneladas de emissão de gases do efeito estufa evitadas na atmosfera.

É também uma integração segura, comprovada na convivência harmoniosa instituída ao longo desses anos mesmo em meio à intensa circulação de outros veículos e pedestres. E que constrói relação de confiança com o usuário por meio de paradas abertas e validação no embarque, aliada à fiscalização e prestação de um bom serviço, reconhecido pelos usuários em avaliação que aponta 92% de aprovação pelo Instituto Datafolha.

Décadas após a saída dos bondes e em meio a desafios, o Rio busca avançar. E o caminho passa pelos trilhos.
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Marcio Hannas é diretor-presidente da Concessionária do VLT Carioca