Luis Henrique Oliveira, gerente do programa SOS Crianças Desaparecidas Divulgalção

Por 25 anos o Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), em parceria com os demais atores sociais da Segurança Pública e do Sistema de Garantia de Direitos, atua na prevenção e localização de crianças e adolescentes desaparecidos. Implantado em 1996,  ganhou relevância não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o território nacional, se tornando referência no atendimento psicossocial às famílias, mobilizando a população através dos meios de comunicação e realizando os encaminhamentos necessários. 
O projeto contribui com sugestões ao Poder Legislativo para consolidação de políticas públicas. Sinto um misto de sentimentos: tristeza, porque alguns encontros não foram possíveis ou da forma como esperávamos; por pensar que o desaparecimento ainda existe e alegria, por trabalhar desde o início em um programa pioneiro no país para localização e identificação de crianças e adolescentes desaparecidos, atender às famílias em momentos tão dolorosos levando esperança e registrando momentos de reencontros.

O programa desenvolve ações preventivas e consegue alcançar expressiva divulgação das fotos por meio de parcerias com empresas, conselhos profissionais, confederações esportivas, universidades, instituições governamentais, não governamentais e as mais diversas mídias. As parcerias são fundamentais para a mobilização da sociedade e para a localização de crianças e adolescentes desaparecidos. O grande objetivo do SOS Crianças é reduzir, ao máximo, o número de casos ao ponto de atuar prioritariamente em ações de prevenção.
Algumas orientações para prevenir novos casos são sugeridas: tirar a carteira de identidade da criança o mais cedo possível; estar sempre alerta em locais com aglomerações; redobrar o cuidado em praias, parques, shoppings etc.; orientar a criança para não conversar com desconhecidos; para que não aceitem carona de desconhecidos; manter diálogo para evitar conflitos familiares; colocar pulseiras de identificação nas crianças ainda em casa; identificar com nome e telefone no bolso da criança; ensinar a falar o nome dos pais e o número do telefone.

Desde a sua implantação, o SOS registrou 3.884 desaparecidos, sendo 3.318 localizados, totalizando 85,43% de êxito. Os dados oficiais, que estão disponíveis no site do programa, apontam crianças do sexo masculino como a grande maioria dos casos, chegando ao número atual de 2.118 desaparecimentos, sendo a fuga do lar como o maior motivo. Isso evidencia a necessidade de ações que fortaleçam a função protetiva da família, sendo fundamental a garantia de direitos previstos no ECA.
No caso do desaparecimento de crianças e adolescentes, o primeiro passo é fazer o boletim de ocorrência na delegacia. Para outras orientações, entre em contato com o Programa SOS Crianças Desaparecidas, da FIA: (21) 2286-8337 ou (21) 98596-5296.
Luis Henrique Oliveira é gerente do programa SOS Crianças Desaparecidas