André Esteves - Diretor Executivo do Instituto Cyclusdivulgação

Nada será como antes nos processos de recrutamento e seleção de profissionais a partir da pandemia, bem como na forma de capacitar e disseminar conhecimento e integrar as equipes de trabalho. A experiência adquirida ao longo destes dois anos, deixou um legado de oportunidades e resultados bastante positivos.
Passado o impacto inicial, e uma gama de incertezas sobre como as coisas aconteceriam sob a égide de algo completamente novo e inusitado, as organizações e, principalmente, os colaboradores, desenvolveram a empatia e a resiliência necessárias para seguir em frente. Quem se acomodou, ou foi resistente ao processo de mudança inevitável, vai precisar correr atrás do prejuízo. O quanto antes.
Ao longo desse período, fomos ganhando mais intimidade com os diversos meios de compartilhar conteúdos, ideias e desafios do mundo moderno. Aprendemos a reduzir a distância física e geográfica sem perder a qualidade e a produtividade nas ações. Ressignificamos comportamentos, iniciativas e o espírito do trabalho em equipe. Tivemos a curiosidade necessária para a experimentação de outros modelos, para quebrar paradigmas e sair da zona de conforto.
Não existem fronteiras para a troca entre os que sabem e os que buscam saber; entre os que acham que não podem e os que já estão fazendo. Em meio às adversidades, o mundo corporativo evoluiu a passos largos porque as organizações e a sociedade demandam profissionais adequados aos novos tempos -- antenados com as mudanças inevitáveis e às vezes imprevisíveis, que são resultado de um processo acelerado de inovação tecnológica e do crescente estágio de globalização. Os exemplos são fartos e disponíveis a todos.
O recente estudo “Aprendizagem corporativa para a construção de futuros”, da Fundação Dom Cabral, feito em parceria com a plataforma de tendências O Dia Depois De Amanhã (ODDDA), mostra o que o profissional do futuro deve ter como principais habilidades: capacidade de trabalhar em equipe; adaptabilidade; orientação para resultados; domínio das tecnologias existentes; relacionamento pessoal e visão sistêmica. Todas de natureza comportamental.
A transição no ambiente corporativo acontece em paralelo com a necessidade de adaptação também na vida pessoal e no cotidiano familiar. Por exemplo: o trabalho remoto veio para ficar, seja na versão full time ou híbrida. Como consequência, é preciso desenvolver competências exclusivas para esse tipo de trabalho, como autogerenciamento, administração do tempo, foco e disciplina. Ou seja, exige mais flexibilidade e jogo de cintura. O limite entre o profissional e o pessoal é muito tênue.
Para o CEO da Nestlé Brasil, Marcelo Melchior, “o diploma é uma informação como outra qualquer. A diferença é atitude. Algo simples, mas difícil de implementar e de detectar. O resto a gente dá treinamento. É querer aprender, melhorar e colocar o coração no que faz”. Faço minhas as palavras dele. Vamos em frente!
André Esteves é diretor executivo do Instituto Onda Azul e professor universitário