Fabricio de Oliveira- presidente Interventor do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do RJdivulgação

Com o advento das novas tecnologias, especialmente no final do século XX e início dos anos 2000, é inquestionável que o mundo mudou. Cada segmento da sociedade e do mercado de trabalho foi significativamente impactado por transformações que no geral trouxeram benefícios para inúmeros processos e procedimentos, os principais deles a maior agilidade e precisão. Na área da Saúde, isso não foi diferente, pelo contrário, podemos afirmar que a Medicina em si foi uma das mais atingidas positivamente tanto no desenvolvimento de novos medicamentos quanto nos recursos de equipamentos de última geração que potencializaram os serviços e o melhor atendimento à população.
Um caminho sem volta e que exige que todos acompanhem esse avanço, essencialmente os profissionais da linha de frente e que estão no dia a dia desse universo, ou seja, recebendo a cada momento novas aparelhagens de ponta e de manuseio digital.
Parece óbvio essa abordagem, mas o que muitas vezes ainda passa despercebido é a necessidade de toda a sociedade acompanhar tais movimentos. Ao nos depararmos com novas tecnologias, cada profissional, de cada segmento, necessariamente necessita se especializar. Focando na área da Saúde, isso é essencial, pois os maquinários digitais trazem diversos recursos que se por um lado oferece ganhos consistentes, por outro exige maior conhecimento para o seu manuseio e isso só é possível com constante atualização, com formação continuada.
Vale ressaltar que dentro desse contexto, essa atualização também se faz necessária no âmbito das leis, ou seja, diversas normas que regem diferentes profissões precisam ser recicladas, atualizadas, modernizadas, pois muitas foram concebidas num tempo que antecede tamanho avanço tecnológico.
Um bom exemplo é a Lei 7.394 de 1985, portanto há quase 40 anos. Esta lei regulamentou a profissão do técnico em radiologia e até hoje vigora. Obviamente, devemos agradecer por sua existência e todos os profissionais que, assim, lutaram por ela, atuando junto ao legislativo para traçar diretrizes para o mercado radiológico, diga-se de passagem, de extrema relevância para a sociedade como um todo, e concomitantemente valorizando profissionais que aprofundaram e ainda hoje o fazem em prol da excelência do exercício dessa profissão.
Entretanto, estamos falando de quase quatro décadas, longos anos cujos os avanços em tecnologia foram avassaladores. Dessa forma, é imprescindível que, assim como equipamentos, estudos e profissionais, a lei também se modernize, adaptando o setor a uma nova realidade e atualizando suas instruções e diversas peculiaridades e preceitos.
É importante destacar que esse movimento já foi percebido há mais de uma década. Já existe em tramitação no Congresso Nacional o PL 3.661/2012 que, dentre outras coisas, atualiza o segmento, considerando, por exemplo, a regulamentação do Tecnólogo em Radiologia, profissional oriundo do curso de graduação em Radiologia, algo que não existia na década de 1980. Esse PL também reconhece diversas técnicas radiológicas que surgiram junto com a evolução do setor. Se aprovado, além de modernizar a área, o projeto dará o reconhecimento de fato da profissão pelo Estado brasileiro, trazendo maior organização e valorização a todos os profissionais.
A radiologia é nos dias atuais um setor altamente tecnológico e digital e podemos afirmar que sua evolução só tende a crescer numa velocidade que não pode ser incompatível com as leis que a regulamentam. A aprovação desse PL é vista pelo setor da radiologia de todo o Brasil como um marco regulatório que o colocará num patamar compatível ao contexto digital que vivemos, potencializando os profissionais, todos os processos que envolvem a atividade e, ainda, trazendo melhorias para o cidadão que demanda por esses serviços.
Fabricio de Oliveira é presidente Interventor do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do RJ