opinião 11 abril 2022.
A questão da Petrobras é representativa. Ela foi saqueada, usada e abusada politicamente. Tornou-se a empresa com maior endividamento do mundo, foi condenada a indenizar acionistas norte-americanos por má gestão e ainda se procura negar fatos amplamente divulgados. A devolução de ganhos ilegais soma mais de R$ 1 bilhão, sendo que cerca de R$ 200 milhões vindos de um simples gerente. A empresa chegou a dar prejuízo.
Outra evidência da irresponsabilidade coletiva foi a CPI da Pandemia, um espetáculo televisivo, que focou de passagem na questão da demora na compra de vacinas e na alteração da lei que impossibilitava as compras, detectadas em agosto de 19 e somente corrigida em fevereiro de 20. Também não houve o cuidado elementar de se editar um vídeo reunindo as dezenas de manifestações negacionistas de altas autoridades, de brincadeiras de mau gosto, de comentar notícias negativas e não comprovadas. Mesmo com a má vontade das cúpulas, o SUS, ao obter as vacinas, deu show de competência e dedicação.
A austeridade no cumprimento do orçamento foi esquecida em nome de "socorrer os excluídos", com a mobilização para o aumento do teto de gastos, empenho que faltou para as reformas que gerariam empregos, renda e impostos. Num passe de mágica, o governo distribui o que se chama de "bondades”, na eliminação de impostos, de subsídios, na queda de tarifas, o que seria digno de aplausos, se fosse em paralelo a uma retomada de crescimento pela simplificação tributária, a acertos que faltam nas leis trabalhistas e à reforma dos códigos, a começar pelo penal.
Nos vexames internacionais, para constrangimento de nossos diplomatas e empresários que atuam em todo mundo, a posição brasileira na invasão da Ucrânia pela Rússia não foi observada. A oposição por estar, no fundo, em linha com o presidente e o governo, pelos diplomatas, militares e lideranças políticas na omissão pusilanime em alertar o presidente para o erro de deixar perceber a solidariedade que, antes da invasão,
já havia prestado à Rússia.
Realmente é de se estranhar um país destas dimensões, em todos os sentidos, ter um governo que não governa, uma oposição que briga com a realidade e uma sociedade que se omite e não tem memória. Até quando? E qual será o tamanho da conta? A solução do equilíbrio e do bom senso esbarrando nas vaidades e ambições menores. Que pena !
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