Senador Carlos Portinho (PL-RJ)Divulgação

As eleições se aproximam. Se em 2018 foram marcadas pela disputa ideológica, em 2022 não será diferente porque ainda não nos libertamos deste debate. Somadas a ausência de novas lideranças, pesquisas de opinião deram cabo até aqui de aniquilar qualquer terceira via, direcionando a disputa aos dois candidatos: o do presente e o do passado. Sim, para decidir o nosso futuro nas urnas vamos ter que escolher entre o passado e o presente.

De um lado o candidato do passado que nos remete à plataforma de corrupção que levou tantos a prisão por desvios de recursos públicos, além da crise econômica que paralisou os investimentos, interrompeu obras públicas e quebrou o governo federal, atingindo a Petrobras, como também o nosso Rio de Janeiro. Não à toa pagamos o combustível mais caro e os impostos mais altos da Federação: arrombaram o nosso caixa!

Noutro, o candidato do presente, que, mesmo tendo enfrentado desde o primeiro dia a crítica implacável daqueles que não se conformaram com a derrota, além de uma pandemia global desconhecida, e uma guerra que abala a Economia mundial, superou dificuldades e arrasta multidões às ruas por onde passa. Pesquisas são feitas nas ruas e imagens valem mais do que mil entrevistas por telefone. Em vez de olhar somente para as pesquisas, sugiro analisar os movimentos políticos.
O partido do candidato da situação e aqueles da base do governo de centro-direita foram os que mais cresceram. O PL no Senado aumentou de três para nove senadores. Na Câmara Federal, alcançou a maior bancada: 78 deputados hoje - antes eram 33. O PP saltou de 38 para 52. O Republicanos alcançou 41, 10 a mais que antes.

Por sua vez, o partido do candidato de oposição ganhou apenas dois deputados. PSB e PDT perderam dez, cada. PSOL, PCdoB e Solidariedade reduziram.

É bom lembrar: é o palanque nacional que ajuda o regional e os parlamentares se movem pelo sentimento do eleitor. Fato. Vale observar, também, que em estados como Bahia e Minas Gerais, o que parecia uma eleição estadual viável aos adversários do presidente, revela-se o oposto. A oposição sangra noutros estados do Norte e Nordeste, o que já se percebe no Ceará. Nas regiões Centro Oeste e Sul do país a derrota se avizinha acachapante. Exceção a Porto Alegre, embora seja reversível.
São Paulo explicita o racha entre os candidatos de oposição e a ausência de unidade ameaça o que parecia fácil. No Rio de Janeiro ocorre o mesmo racha com a esquerda. Mas sobre o Rio de Janeiro é preciso entender rapidamente que eleição é disputa e, numa disputa eleitoral, há lado.
O eleitor busca enxergar o posicionamento do seu candidato ao governo do estado, como ficou explícito nas eleições 2018 e se tornou determinante. A hesitação abre espaço para uma terceira via e poderá tornar o cenário do segundo turno incerto, algo antes impensável porque o partido base do governo é o mesmo do presidente, do governador e do candidato ao Senado.

Escolha o lado porque o voto é do eleitor. E ele fará a escolha.

Carlos Portinho é senador pelo PL-RJ e líder do PL no Senado Federal