Quando o mundo vivia nos anos 1930, o assédio totalitário de comunistas, fascistas e nazistas no Brasil não era diferente. Os comunistas chegaram a tentar a conquista do poder pelas armadas, na Intentona, no Rio, no Rio Grande do Norte e Pernambuco, com violência que chocou o país e, em especial, as Forças Armadas.
O receio dos comunistas gerou o integralismo, baseado na experiência italiana e portuguesa que afastou o risco comunista naqueles países. Mas a filosofia, embora com forte embasamento católico, era muito nacionalista e olhava o capitalismo com desconfiança.
O chamado centro-democrático era o menor agrupamento entre nós. A maioria estava assustada e parcela significativa na pregação bolchevista, que, naquela altura, promovia barbaridades na Rússia sob o stalinismo. Na ocasião, percebendo que o Brasil já sofria interferências externas e tinha a paz social ameaçada, o presidente Getúlio Vargas começou a tecer com os militares, líderes na tropa, como Góis Monteiro, Canrobert e Dutra, e juristas do porte de Francisco Campos e Vicente Rao um meio de afastar os radicais da cena política e retirar do debate nacional as disputas entre os grupos que viriam a levar o mundo à II Guerra Mundial.
Getúlio Vargas foi um estadista de rara sensibilidade e visão do momento histórico em que o mundo vivia e conhecia muito bem as fragilidades do Brasil na Economia. Assim é que veio o Estado Novo, com uma Constituição adequada à necessidade de manter a paz social e a ordem pública, para poder conduzir a posição do Brasil com prudência. Dessa maneira, foi levando a situação até 1942, quando cedeu aos norte-americanos a base de Natal e terminou por se ligar aos aliados, mas com calma e sabedoria fez com que nossos soldados chegassem ao palco de guerra em agosto de 1944, com a situação praticamente definida. Bom senso, habilidade, pragmatismo. A ideologia de Vargas era o bem do povo brasileiro.
Neste momento de tanto radicalismo em nossa política, a maioria silenciosa está assustada com o futuro da governabilidade, seja lá qual for o vencedor da disputa de 2 de outubro, pois o país, a permanecer neste quadro, sairá dividido e em meio à grave crise na Economia, com reflexos no social.
Estes quase 40 anos da chamada redemocratização geraram poucas lideranças que pudessem emprestar sabedoria ao momento. Os homens da abertura, como ACM, Aureliano Chaves, Marco Maciel e Amaral Peixoto, já não estão entre nós. Para não perder a esperança, resta acreditar num milagre. Que, aliás foi o que aconteceu em 1964 e 2018. Quem viver verá!!!
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