Luzia Lacerda Divulgação

Os números de casos de Violência e Intolerância Religiosa têm crescido de forma assustadora. Das mais diversas formas: agressão física, agressão com palavras e gestos, vilipêndio e estudantil. O cenário ligou a luz vermelha nas autoridades, e até a Polícia Militar está criando um segmento só para atender esses casos, denominado Programa de Proteção à Liberdade Religiosa Coronel Jorge da Silva.
Já está sendo feito um “piloto” em Teresópolis com a iniciativa do secretário de estadual de Polícia militar, coronel Henrique, e a frente da realização do major Elton. Assim como a PM, essa pauta chamou a atenção da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Polícia Civil, Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) e Secretaria Estadual de Cultura. Juntamente com o Instituto Expo Religião e a Comissão Diálogo e Paz estão unidos na prevenção e no combate.
É necessário trazer as crianças e adolescentes para esse diálogo. É importante o conhecimento deles sobre cada religião para plantarmos a semente do respeito aos diferentes. Infelizmente alguns segmentos da mídia tratam as religiões de uma forma jocosa e isso se espalha, e aos que não procuram uma informação sobre o assunto, repetem esse tratamento.
A violência religiosa está longe de ser um assunto momentâneo ou da moda. Ele é verídico e sério. Principalmente em uma cidade onde tem como um grande fluxo de arrecadação o turismo. É hora de parar e pensar como serão tratados os turistas de outras religiões e o que eles vão levar a nosso respeito para fora do estado e do país.
O enfrentamento é importante. Mas, também a prevenção através do conhecimento e da Cultura. Podemos citar o exemplo da Escola de Samba Grande Rio que com enredo Exu, que deixou clara a diferença entre a entidade e o “demônio”, que se diga de passagem as Religiões de Matrizes Africanas e a Umbanda não cultuam.
A rainha de bateria da Mangueira Evelyn Bastos comentou em uma entrevista a preparação e o cuidado que ela teve para interpretar um Cristo feminino. Na verdade, a mensagem era: “Façamos o homem (mulher) à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”
Está provado que existe um movimento mundial em exterminar as religiões. O que eles não entendem que maior que a religião é a fé. E este sentimento é interno e individual. Não há necessidade de exposição ou estar exposto a violência religiosa. A fé é o que verdadeiramente movimenta as ações das pessoas. Mesmo os ateus e agnósticos que têm fé que não creem em nada.
Hoje temos países destruídos e se destruindo por guerras religiosas. Por absoluta falta de respeito, diálogo e fé. Infelizmente a religião tem sido usada por muitos para proveitos próprio e cortina de fumaça para os verdadeiros motivos das desavenças. Não podemos permitir que essa ganância tome conta do nosso país e nem do mundo.
Pensando nisso, faremos no Rio de Janeiro, de 15 a 18 de setembro um Congresso Inter-religioso e Internacional no Hotel Prodigy Santos Dumont. Teremos vários temas envolvendo religião, respeito, paz e fé. Um espaço só para jovens e a criação de um game inter-religioso para uma maior aproximação com os jovens e as crianças. A União é necessária para uma convivência pacífica.
Luzia Lacerda é jornalista e diretora responsável do Instituto Expo Religião