Gustavo Schmidt é deputado estadual (Avante-RJ) e presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj Divulgação
Foram dois dias de trabalho, durante os quais trocamos experiências e vimos mais de perto a situação atual do meio ambiente de forma global. Infelizmente, o retrato do Brasil apresentado na Suécia não foi aquele que gostaríamos de ver. Nosso ministro do Meio Ambiente teve de admitir, na frente de todos, que 100 milhões de brasileiros ainda vivem sem saneamento básico. Uma vergonha para uma nação do nosso porte.
Um dos trabalhos mais intensos que venho realizando desde quando assumi o mandato de deputado estadual, em 2019, é em relação às causas ambientais. Enquanto presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj, atuei na defesa da democratização do saneamento básico, com posição clara em favor do serviço público de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto. A partir de 2021, já na presidência da Comissão de Defesa de Meio Ambiente, passamos a atuar de forma mais abrangente na fiscalização de ações relacionadas a outros campos que abrangem o setor.
O fio de esperança que nos faz acreditar num futuro mais verde e menos poluente é a tecnologia da energia limpa, tópico debatido com ênfase na Suécia. No caso do Brasil, temos enorme potencial de geração de eletricidade por meio da força dos ventos e do sol. É fundamental que nossas políticas públicas considerem essas fontes não mais como alternativas, mas como fundamentais para avançarmos na pauta ambiental, nos recolocando como protagonista internacional na defesa do meio ambiente.
Em relação ao nosso Estado do Rio, temos regiões muito favoráveis à implementação de sistemas de geração de energia limpa. O Norte Fluminense, as Baixadas Litorâneas e o Litoral Sul têm grande potencial de captação da luz do sol e são bastante propícias à instalação de placas solares. Outra discussão que merece atenção é em relação à implementação de parques de energia eólica offshore, com usinas de captação da força dos ventos em alto mar. Nesse caso, seríamos um dos protagonistas, devido às nossas condições naturais.
De volta ao Rio de Janeiro, trago na bagagem a esperança em dias melhores, a partir de tudo o que foi discutido em Estocolmo e das tecnologias à disposição dos países verdadeiramente interessados em proteger o meio ambiente e garantir o futuro do planeta. Uma questão importante é a participação da sociedade no processo. É preciso termos consciência de que um mundo mais sustentável não depende apenas das ações governamentais.
O respeito pelo meio ambiente deve começar por cada um de nós. Precisamos ter atitudes verdes dentro de casa, para cobrarmos ações semelhantes do lado de fora. A garantia do bem-estar para as próximas gerações depende de todos.
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