Sergio Ribeiro – diretor regional do Senac RJ Divulgação

No dia 11 de agosto são homenageados os trabalhadores de uma das categorias profissionais mais queridas do Brasil: os garçons. A efeméride tem uma origem inusitada por estar ligada ao Dia do Advogado. Nessa data, em 1827, D. Pedro I assinou a criação das primeiras faculdades de Direito do país e, para homenagear esses estudantes, anualmente, bares e restaurantes os convidavam a consumir gratuitamente, no que ficou conhecido como Dia da Pendura. Mesmo não pagando a conta, os futuros advogados não esqueciam da gorjeta em reconhecimento aos garçons que lhes atendiam e é por isso que as duas categorias passaram a compartilhar sua data comemorativa.
Essa anedota demonstra muito bem a estreita relação cultivada entre frequentadores cativos de bares e restaurantes e os garçons que os atendem com presteza e dedicação. Mais do que despertar respeito pelo bom atendimento nos serviços prestados, esses profissionais se tornam amigos da clientela fiel e, às vezes, ficam famosos, tornando-se referências que conferem personalidade aos estabelecimentos onde trabalham. É o caso, por exemplo, do nosso querido Severino Ramos que, há cerca de 40 anos, atua no salão da Casa Villarino Bar, no Centro do Rio. Conhecido pela gentileza, simpatia, sorriso fácil e conversa agradável, além da semelhança com o ator Marlon Brando, Ramos se tornou um sinônimo do tradicional Villarino e sua fama, que já lhe rendeu prêmios e homenagens, é um exemplo de como um bom garçom faz muito mais do que equilibrar bandejas.
No estado do Rio de Janeiro, são mais de 21 mil profissionais atuando no setor, entre garçons e cumins. Desse total, 62% estão apenas na capital carioca. Mas assim como a maior parte das profissões, os garçons também não passaram incólumes pela pandemia de Covid-19. A categoria sofreu com o fechamento de muitos estabelecimentos nos últimos dois anos, que só agora começam a reabrir. Foi o caso do próprio Villarino, que encerrou atividades em 2019, devido principalmente ao esvaziamento do Centro da cidade, e só reabriu em 2020, como restaurante escola do Senac RJ. E com a reabertura, como não poderia deixar de ser, trouxemos o querido garçom Ramos de volta ao salão.
Em virtude do fechamento dos estabelecimentos na pandemia, muitos garçons fizeram migração de carreira, virando motoristas de aplicativos, entregadores e até mototaxistas, causando, após a reabertura, falta de profissionais qualificados no mercado. Como nas demais profissões, os garçons também têm que se manter atualizados. Afinal, são o cartão de visita e os vendedores dos estabelecimentos de alimentação, precisam ser valorizados e, para isto, bem qualificados.
Esses profissionais tiveram que se adaptar a diversas mudanças e inovações adotadas pelos restaurantes, como protocolos mais rígidos de higiene e segurança, cardápios com QR Code, totens de autoatendimento, pagamento por aproximação e PIX e a automação das cozinhas. O Senac RJ, como principal formador de garçons profissionais no estado, auxilia na qualificação de mão de obra para os estabelecimentos gastronômicos, com foco no bom atendimento e na hospitalidade. Estamos preparados para qualificar, inclusive oferecendo prática profissional aos que querem ingressar na profissão ou aprimorar suas competências.
*Sergio Ribeiro é diretor regional do Senac RJ