Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação

O recente encontro dos presidentes das associações Comerciais do Rio de Janeiro, José Antônio Nascimento Brito, e de São Paulo, Alfredo Cotait Neto, teve um significado oculto de grande relevância. A Casa do Barão de Mauá, presença nos grandes episódios da vida nacional desde o Império, e a entidade mais importante do país, a de São Paulo, são agremiações independentes, que geram seus recursos entre associados, sem nenhum tipo de ligação com contribuições compulsórias. E mais: com o absoluto respeito à rotatividade no seu comando, tido sempre como uma missão e não uma aspiração.
As duas entidades tiveram dirigentes do mais alto nível empresarial e na mais sólida defesa da Economia de mercado e da iniciativa privada como motores da liberdade, do progresso e da justiça social. Barão de Oliveira Castro, João Daudt de Oliveira, Rui Gomes de Almeida, Rui Barreto, no Rio, Paulo Maluf, Guilherme Afif Domingos, Alencar Burti, Caio Alcântara Machado, Romeu Trussardi, em São Paulo, são alguns exemplos que confirmam a importância de ambas na formação do Brasil moderno. Elas nunca faltaram nos momentos decisivos da nacionalidade.
Agora mesmo, nesta disputa que pode definir o futuro das próximas décadas no Brasil, as duas entidades acompanham com vivo interesse o processo eleitoral, distanciadas dos envolvidos na disputa, procurando mostrar a importância de um bom ambiente para investimentos no momento em que a Economia precisa deslanchar e em bases do mérito, da qualidade, produtividade e austeridade.
O mundo atual não perdoa o trato irresponsável das regras que levam à excelência. Terá um lugar ao sol quem souber trabalhar e produzir sem apadrinhamentos, mas com instrumentos respeitados de defesa
de princípios.
A entidade carioca, que já foi cumulativa com a Confederação das Associações Comerciais do Brasil, sempre contou com a presença de notáveis de outros estados, como o caso dos paulistas Amador Aguiar e Lázaro Brandão, que souberam apoiar o tradicional centro de debates das questões econômicas do país. José Antônio vem recebendo nesta campanha os principais candidatos para a troca de impressões e informações que podem ser preciosas para os que buscam quatro anos no comando do Brasil.
Vivemos um momento em que este tipo de bom relacionamento entre entidades desta magnitude e credibilidade pode fazer a diferença. Não se deve ignorar que não são poucos os que defendem um retrocesso no encaminhamento do futuro da Economia pela via do aumento da carga fiscal, do empreguismo, do intervencionismo nos preços.
O Legislativo tem sido pouco responsável ao onerar de diferentes maneiras o empresário-empregador-contribuinte, com regras que, por vezes, contrariam o desejável regime do mérito, da concorrência e da qualidade, a custos competitivos. Nossa sociedade está no limite do que pode pagar de impostos e de alguns insumos essenciais. A capacidade de distribuir o que os outros geram tem sido ilimitada.

Ambas as entidades manifestaram repúdio à violação do direito de opinar, em privado, de qualquer cidadão como na operação coautora a oito empresários determinada por um membro do STF. Os empresários querem o direito de empreender e o de opinar sobre os destinos do país.
Que este encontro Nascimento Brito - Cotait Neto ajude a se formar uma sólida barreira à ação dos que sonham em implantar um regime centralizado, estatal e controlado.
Aristóteles Drummond é jornalista