Geraldo Nogueira é presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-RJDivulgação
O Conselho Estadual para a Política de Integração da Pessoa com Deficiência (CEPDE) encontra-se desarticulado e sem qualquer apoio estrutural por parte do Estado. A Lei 2.525/96, que criou o CEPDE, determinou sua alocação no Gabinete da Casa Civil. Porém, o estado sequer fez as indicações dos representantes estaduais para compor o conselho, impedindo o exercício de sua ação primordial de propor e monitorar as políticas públicas estaduais voltadas para pessoas com deficiência.
Em relação à execução prática da política destinada para o segmento, o estado conta com uma antiga superintendência na Secretaria de Desenvolvimento Social. Mas a vacância do cargo por quase um ano, sequer provocou a indignação no movimento de luta das PcD, uma vez que ninguém notou essa ausência, visto que sua existência não registra qualquer ação em benefício do segmento.
A Casa da Inclusão, criada com o propósito de promover efetiva inclusão no mundo do trabalho para as PcD, tem suas ações limitadas a um balcão de empregos, necessitando de maior apoio da gestão pública para alcançar sua finalidade. Outra falha que aguarda solução, é sua localização, uma vez que sua instalação, apesar de ser acessível e bem apresentada, encontram-se sediada em local de difícil acesso para o usuário que não disponha de condução própria, dificultando a chegada de pessoas com mobilidade reduzida.
Uma última observação vai para a criação da Subsecretaria de Cuidados Especiais, cuja responsabilidade transita, não só pelas demandas da pessoa com deficiência, mas também pelas políticas dirigidas aos dependentes químicos. Aliás, diga-se de passagem, os temas não têm qualquer similitude na adoção de políticas, a exceção do repasse de recursos para centros de reabilitação, pois que ambas as políticas devem manter centros especializados na reabilitação para o individuo afetado, seja por dependência química ou por uma deficiência. Nada obstante à sua criação, a Subsecretaria ainda não mostrou a que veio.
Mas qual deve ser o papel de um órgão gestor de políticas para PcD? A partir da garantia legal, os direitos precisam ser materializados, ou seja, assegurados a todas as pessoas de forma universalizada, como prevê a Constituição. Todavia, no Brasil, a partir da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, as questões relacionadas ao segmento deram uma grande virada paradigmática, na qual o viés da política assistencialista vem sendo substituído por direitos humanos.
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