Casa da Morte de Petrópolis, um dos principais centros clandestinos de tortura do país durante a ditadura militar
Casa da Morte de Petrópolis, um dos principais centros clandestinos de tortura do país durante a ditadura militarEvaldo Macedo
Por O Dia
Petrópolis - A programação da Semana da Memória, Verdade e Justiça continua nesta quinta-feira (1º) com lançamento do curta “Se eu morrer”, feito pelo produtor e roteirista Pedro Eiras. O filme conta, a partir de testemunhos, a história de Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte de Petrópolis, um dos principais centros clandestinos de tortura do país durante a ditadura militar.

O lançamento do curta será às 19h, seguido de um debate on-line sobre cinema engajado. Além de Pedro Eiras, vai participar do debate, Arthur Moura, um dos diretores do filme “Araguaia, Presente”, que conta a história da Guerrilha do Araguaia, que dizimou militantes entre 1967 e 1974 na região do Araguaia. O debate será na página do Facebook do Grupo Pró-Memorial.

Pedro Eiras conta que o interesse pela história da Casa da Morte surgiu por curiosidade e disse que ao descobrir a trajetória de Inês Etienne Romeu ficou fascinado. “Realmente é uma história de superação. Com tudo que ela passou e depois ter tido a coragem e o estado de espírito de conseguir contar tudo, trazer tudo à tona. Se não fosse ela a gente não saberia da Casa da Morte”.

O curta foi gravado por um aplicativo durante a pandemia o que foi um dos grandes desafios, segundo Eiras. “É muito melhor quando podemos entrevistar as pessoas pessoalmente, mas consegui fazer tudo de casa, usando a internet e com custo baixo”, afirmou Pedro que fez todo o processo de roteiro, gravação, trilha sonora e edição sozinho. O curta está disponível por meio do link https://youtu.be/dhpxb9Fhq8w.

O produtor e roteirista afirmou ainda que entende a importância de preservar a memória do que a sociedade brasileira viveu durante os 21 anos de ditadura militar e disse que é preciso reforçar tudo isso nesse momento em que há muito negacionismo da história. “É importante para memória da cidade e do país lembrar o que aconteceu na Casa da Morte”.

A programação da Semana da Memória começou na quarta-feira (31) com um ato em frente à Casa da Morte onde foram colocadas faixas “Ditadura Nunca Mais” e “Pela Desapropriação da Casa da Morte”. Um grupo de mulheres também fez a leitura de um depoimento de Inês Etienne Romeu. A gravação pode ser vista no instagram do Grupo Pró-Memorial (@gpmcasadamorte).
Ainda nesta quinta, o historiador Glauber Montes, integrante do Grupo Pró-Memorial, vai participar da live “Autoritarismo ontem e hoje”, às 18h, pelo Youtube do Coletivo RJ, Memória, Verdade, Justiça e Reparação.
A Semana da Memória é prevista pela lei municipal n° 7.398 de 2016. A programação deste ano foi organizada pelo Grupo Pró-Memorial, Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade (CAAL) e sociedade civil.

Programação da Semana da Memória

Quinta (01/04) - Lançamento do curta "Se eu morrer", de Pedro Eiras, seguido de debate sobre cinema engajado com o diretor e com Arthur Moura, um dos diretores do filme "Araguaia, presente" – 19h – Página do Facebook do Grupo Pró-Memorial Casa da Morte
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Quinta (01/04) – Autoritarismo ontem e hoje – Youtube do Coletivo RJ Memória, Verdade, Justiça e Reparação - 18h
Sexta (02/04) – Não esquecer o que não cessa: Lugares de Memória, Violência de Estado e Resistência no Rio de Janeiro – Canal do Youtube do Cemesf - 19h
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Terça (06/04) - Live "Até onde a ditadura militar nos deixou marcas?" Com Anita Prestes e Leonardo Boff – Página do Facebook do CDDH - 20h