Refeições a R$1 atraem cerca de mil pessoas por dia ao Restaurante Popular em PetrópolisDivulgação/Ascom
O pedreiro, que trabalhou no Hotel Quitandinha nos anos 60, é só elogios ao Restaurante Popular, que funciona no terminal Imperatriz Leopoldina, no centro. Há 13 anos, chega cedo para o almoço, e não abre mão desta rotina de segunda a sexta-feira. Além da garantia do alimento na mesa por um valor que cabe no bolso, ele diz que o contato com as outras pessoas, especialmente fora da pandemia, é o que o motiva.
“O Restaurante Popular faz parte da minha vida. Venho aqui desde que inaugurou, de segunda a sexta-feira, sem faltar um dia sequer. A comida é deliciosa e as pessoas que trabalham aqui são minhas amigas. Além do almoço, tomo meu café da manhã diariamente. Moro sozinho e as coisas são difíceis. É um lugar que eu gosto muito de frequentar, bater um papo e saber das novidades”, disse o aposentado.
O vendedor ambulante Oscar de Figueiredo, de 59 anos, também frequenta o restaurante. Ele, que tem um filho autista, vai de segunda a sexta-feira ao restaurante para garantir as duas refeições. Para ele, a economia no fim do mês é enorme. “O Restaurante Popular é muito importante para a gente. Venho todos os dias. A comida é muito gostosa, de qualidade. Meu filho adora também. Só tenho a agradecer ao governo por termos uma alimentação de qualidade e barata”, disse.
A pensionista Manuelina Eleutério Graça, de 76 anos, aproveita também para fazer amizades no restaurante. A interação social, para ela, é tão importante quanto o valor baixo pago pela quentinha. “Gosto de vir aqui porque conheço outras pessoas e conversamos de tudo um pouco. O Restaurante Popular tem uma comida ótima e é barata. Frequento há seis anos e criei um círculo de amizades muito importante”, ressaltou Manuelina.
De acordo com a coordenadora do Restaurante Popular, a psicóloga Fernanda Medeiros, uma pesquisa realizada neste ano junto ao público do restaurante mostrou que, além do café da manhã a R$ 0,50 e almoço a R$ 1, as pessoas vão ao restaurante para ter interação social. A maioria são idosos. “A maioria dos que frequentam o Restaurante Popular hoje é formada por idosos. São pessoas que não apenas vêm tomar o café da manhã ou almoçar. Vêm para conversar e fazer novas amizades. Não se trata só de se alimentar e pronto. É mais do que isso”, observou Fernanda.
Na última semana, o Restaurante Popular alcançou a marca de 100 mil refeições servidas ao público. “Neste momento de alta do preço dos alimentos e do custo de vida como um todo, ter a possibilidade de uma alimentação saudável pelo valor de R$ 1 faz muita diferença na vida dos trabalhadores, dos desempregados, das pessoas em situação de rua, dos idosos ou dos aposentados que frequentam o centro da cidade onde está localizado o Restaurante Popular. Hoje, o restaurante passou a interagir com outros equipamentos da Assistência para que as pessoas que frequentam o restaurante possam, quando necessário, ser acompanhadas pelo CRAS mais próximo de sua residência”, lembrou a secretária de assistência social, Rosane Borsato.
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