Luis Martins Silva, pedreiro e ex-morador do bairro Vila FelipeDivulgação
“Até agora foram três famílias realocadas. Nosso trabalho vai continuar. Nessas últimas semanas visitamos ONGs, abrigos e igrejas onde os donativos estavam sendo armazenados. E por ver a situação dos abrigos em Petrópolis todos lotados, onde dezenas de famílias utilizam o mesmo espaço e o mesmo banheiro, por exemplo, decidimos ampliar essa ajuda para trazer mais dignidade a esses petropolitanos. Fizemos questão de visitar as famílias para ter certeza de que estariam em segurança. Já no dia seguinte às chuvas, nossos alunos e amigos formaram uma corrente linda de solidariedade. Foram mais de mil doações, de todas as partes do Brasil e do mundo. O pagamento de três meses de aluguel vai ser essencial e o tempo necessário para que essas famílias possam começar a receber, do poder público, o auxílio do aluguel social”, contou Rodrigo Ribas, diretor do Instituto Jonas Masetti, que está à frente do emprego dos recursos levantados na campanha da instituição.
Na visita à nova moradia de Luís, a equipe do instituto já encontrou o pedreiro pintando sua casa nova, no Dr. Thouzet. Sua residência antiga não existe mais. Os deslizamentos de terra levaram. Levaram também muitos amigos queridos. Emocionado, ele contou alguns dos momentos que viveu em 15 de fevereiro.
“O trabalho de instituições sociais privadas é imprescindível neste momento, uma vez que o poder público não consegue dar atenção a situações pontuais. Quando se trabalha com o intuito de entregar o melhor ao próximo, de servir, trazendo honestidade e transparência, o trabalho se torna de grande valor a quem precisa, sustentável e traz credibilidade para quem quer doar. Colocamos recursos próprios na campanha, mas sem a ajuda dos nossos alunos esse apoio às famílias que precisam recomeçar de forma digna seria impossível”, destacou o professor de Vedanta Jonas Masetti.
O pedreiro Cléber da Silva, que também morava no Vila Felipe, deixou o abrigo na semana passada e já está morando em local seguro no Cascatinha. No dia das enchentes, ele voltava do trabalho e se lembra dos momentos de desespero. Ele estava dentro do ônibus e uma barreira atingiu o coletivo, causando pânico nos passageiros. Ele contou que perdeu muitos amigos e não é a primeira vez que fica desabrigado. Nas fortes chuvas de 1988 também perdeu sua moradia. “Agradeço de coração ao professor Jonas e a todos os que colaboraram com a oportunidade de poder recomeçar a vida com esse suporte. Se dependêssemos só do governo ainda estaríamos dentro do colégio. Agora é momento de superação pela perda dos amigos e de se reerguer”, disse Cléber.
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