Estádio do Trabalhador, em ResendeGabriel Duarte/PMR

Um jogador do sub-20 do Pérolas Negras registrou um boletim de ocorrência por injúria racial, que teria acontecido após um jogo contra a Portuguesa-RJ, no Estádio do Trabalhador, em Resende, pela Série D do Campeonato Brasileiro, no dia 1º de maio.

Segundo o atleta João Victor Oliveira dos Santos, o Dadinho, que atuava como gandula, um preparador de goleiros da Portuguesa-RJ o chamou de "macaco" no momento em que ele passava pelo banco de reservas da equipe visitante, pouco depois do fim da partida.
Caso foi registrado na súmula da partida - Divulgação/CBF
Caso foi registrado na súmula da partidaDivulgação/CBF


O caso foi registrado pela equipe de arbitragem na súmula do confronto. O jogador também fez um boletim de ocorrência pela internet, e aguarda ser chamado na delegacia para prestar depoimento oficial.

Somente no dia 12 de maio, o Pérolas Negras se pronunciou sobre o episódio. Em nota, disse que repudia qualquer ato de discriminação, e que manterá a política de promoção de igualdade e de enfrentamento ao preconceito. (Veja a nota completa abaixo)

"A Academia Pérolas Negras repudia veementemente o caso de discriminação praticado contra o nosso atleta Dadinho, no dia 01/05, por um membro da comissão técnica da Portuguesa Rio, em partida válida pela 3ª rodada do Brasileirão Série D.

É inaceitável que este tipo de violência seja praticada em nossa sociedade.

O nosso clube reafirma sua postura contra todo e qualquer tipo de discriminação e manterá sua política de promoção de igualdade e de enfrentamento ao preconceito.

No último sábado (07/05), o Pérolas Negras estreou no Carioca Sub-20 e os nossos atletas tiveram um importante posicionamento contra o racismo.

Antes do apito inicial, os atletas da equipe do Pérolas Negras ajoelharam e estenderam o braço em solidariedade ao seu companheiro de equipe Dadinho."

A Portuguesa disse que apurou o caso internamente. Segundo o time, o preparador afirmou que não utilizou tal tipo de expressão. Ainda destacou que o funcionário trabalha há 10 anos no clube e não possui nenhum tipo de anotação por mau comportamento. (Veja a nota completa abaixo)

"Associação Atletica Portuguesa informa que adotou rigorosa apuração sobre o caso ouvindo as partes que estavam próximas ao possível relato ocorrido pelo gandula, desde a noite de domingo (1°).

Nesta apuração, as pessoas que estavam próximas ao preparador de goleiros no momento após o apito final, bem como os jogadores que estavam no banco de reservas, o delegado do jogo e quarteto de arbitragem da partida, não ouviram tal insulto. Os mesmos foram consultados pelo clube após o apito final e nos dias posteriores a partida, onde reiteraram a afirmação.

O profissional foi ouvido pela direção do clube e reiteradamente afirmou que não utilizou tal tipo de expressão, dita pelo gandula posteriormente. Cabe ressaltar que o profissional tem uma década de clube e não possui nenhuma anotação na Federação de Futebol do Rio de Janeiro por comportamento inadequado, pelo contrário, sempre foi referência de respeito entre os profissionais envolvidos nas competições.

A Lusa tem na sua história a importância de respeitar sempre o seu adversário independente do resultado e condutas de racismo não fazem parte e tampouco condizem com a história do clube, de muita galhardia e fidalguia, como diz no hino oficial."