Uma obra em Visconde de Mauá, região turística de Resende, vem provocando polêmica entre moradores e comerciantes da localidade. Segundo a população, a construção de uma praça no local foi decidida pela prefeitura, em parceria com o Governo do Estado, sem a consulta aos moradores e empresários. De acordo com eles, a obra vai descaracterizar o ambiente. Orçada em quase R$ 2 milhões, a área de lazer previa iluminação de LED, bancos, mesas, bicicletário, parque infantil com gramado sintético, área com churrasqueira, vestiários com banheiros adaptados, além de uma academia de ginástica completa, novo paisagismo e mesa de jogos.
Neste sábado (15), cerca de 180 pessoas, entre moradores e empresários, se reuniram para manifestar contra a construção da área de lazer na entrada de Mauá. Os moradores tentam sensibilizar as autoridades para que levem a praça para um outro espaço. Em novembro do ano passado, eles entraram com uma representação no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que recomendou a realização de uma audiência pública, mas ela não foi feita, segundo a população.
Na entrada da região há a igreja de São Sebastião, tombada pelo município. A obra, sem a participação da sociedade civil organizada, viola o artigo 31 da Lei Municipal nº 3.446 de 2018. Este artigo prevê que, para a realização de obras públicas em bens tombados, ou no seu entorno, há a exigência de um parecer do Conselho Municipal de Cultura, da Curadoria do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico e da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, o que não ocorreu de acordo com os moradores.
A prefeitura de Resende informou que o projeto trata da revitalização do campo de futebol e dos vestiários existentes em frente à Igreja São Sebastião, da substituição dos brinquedos que estão com estado precário de conservação e do atendimento às normas de acessibilidade com a construção de calçadas e iluminação pública. "Em momento algum cogitou-se a intervenção no patrimônio tombado em torno dessa área. A população pode ficar tranquila que o município está acompanhando de perto. Nós também temos a preocupação do zelo em manter essa entrada de Visconde de Mauá que é um dos cartões-postais da região", completou a secretária municipal de Desenvolvimento Urbano, Denise de Abreu Manhães.
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