Rio - A fila da cantina ficou maior do que o normal no início da tarde desta terça-feira na Escola Técnica Estadual Ferreira Viana (Faetec), na Tijuca. Enquanto esperavam o atendimento, os estudantes reclamavam do almoço que não foi servido, motivo para serem liberados do período integral. O contratempo está longe de ser o único problema na instituição: os alunos se queixam de ar-condicionados quebrados, falta de material didático e de itens de higiene, além de salas sujas.
De acordo com estudantes, os problemas persistem desde o ano passado e vêm se agravando neste início do ano letivo. “As salas estão caindo aos pedaços, há turmas com alunos demais e os professores não têm estrutura para trabalhar. Alguns tiraram do próprio bolso para conseguir oferecer o material”, disse o estudante do segundo ano Robson Santos, de 17 anos. Em jejum, Bryan Lemos, 16, demonstrava revolta com a situação. “A gente se sente desvalorizado, afinal passamos em um concurso. A barriga ronca, vários amigos pegam trem, vêm de longe. Muitos estão sem conseguir estudar”, afirmou o jovem.
No pátio, alunos contaram que a justificativa da coordenação para os problemas é a falta de repasses de verba. Um professor, que não quis se identificar, confirmou o relato. “A situação prejudica os alunos e não podemos fazer nada, é muito frustrante. Os alunos ficam preocupados, os ânimos se exaltam”, contou. “Faltam materiais específicos e as salas estão sujas, os banheiros não têm nem papel”, completou.
Presidente da Faetec, Wagner Victer garante que não há problema em relação à oferta de refeições e prometeu investigar a denúncia. “O estoque de comida foi reposto no sábado. Qualquer prática é derivada da direção local. Se alguém foi liberado, aconteceu de forma irregular. Isso vai ser apurado, não existe motivo para faltar almoço na escola. A crise não está nos atingindo porque o governo deu prioridade”, destacou.
Em outra unidade da Faetec, na Praça da Bandeira, o grêmio estudantil denuncia que o ano letivo retornou sem condições de receber os alunos. “A diretora passou nas salas avisando que recebemos comida. Porém, não foi possível produzir o almoço por conta de ter que limpar a cozinha”, disse Lucas Celestino, coordenador do grêmio. A direção da Escola Ferreira Viana preferiu não dar declarações.