Por tiago.frederico
Yasmin Victória reclamava de fortes dores nas costas e tinha febreReprodução

Rio - Um caso de dengue virou caso de polícia. A produtora cultural Andressa Barros, 35, registrou no sábado queixa na 59ª DP (Duque de Caxias) contra a UPA Infantil Walter Garcia, no município da Baixada, depois que sua filha Yasmim Victória da Silva Gonçalves, 12 anos, morreu no dia 8 de março no Hospital Miguel Couto, na Gávea. A menina teve febre e dor nas costas e foi atendida por duas vezes na UPA administrada pela Prefeitura de Caxias, sendo liberada por seu quadro ter sido considerado estável. Insatisfeita com o socorro prestado, a mãe decidiu então reunir todos os documentos emitidos pelas unidades de saúde por onde a filha passou a fim de confrontar os diagnósticos.

A prefeitura de Caxias informou que Yasmim foi atendida no dia 4 de março, sendo realizados na ocasião um exame de raio-x e um hemograma. Ambos constataram não haver gravidade de dengue uma vez que o número de plaquetas estava normal. A menor então recebeu medicamento do médico e foi liberada com a orientação de retornar caso os sintomas permanecessem.

Um dia depois, Andressa retornou com a menina à UPA infantil. Segundo a mãe, desta vez a menina apresentava fortes dores nas costas e dificuldade para respirar. Ela afirma que a médica não solicitou novos exames, apenas se baseou nos que já tinham sido feitos e tornou a liberar Yasmim alegando um diagnóstico de virose.

“Minha filha chegou a implorar por ajuda, dizendo que não aguentava mais de dor. A médica simplesmente sorriu e disse que era assim mesmo”, contou Andressa.

A Prefeitura de Caxias alegou que foi realizado outro hemograma no dia 5 e que novamente não foi constatado sintoma de gravidade de dengue. Ainda, segundo a prefeitura, a menina foi então medicada e liberada, com a mesma orientação de voltar caso tornasse a se sentir mal.

Criança sofreu hemorragia e morreu na UTI do Miguel Couto

Depois do segundo atendimento na UPA, a mãe de Yasmim disse que na manhã do dia 6 a filha começou a expelir sangue pela boca. Ela a levou para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra. O quadro da vítima teria piorado e então foi solicitado uma transferência para uma UTI no Hospital Miguel Couto. Andressa contou que a menina tinha sofrido hemorragias e que foram necessárias três bolsas de sangue. Já em coma induzido, a menor não resistiu e morreu na madrugada do dia 8.

Com posse do laudo emitido pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro Noel Nutels, que atesta a morte por dengue, e com cópias do boletins de atendimento da UPA, Andressa registrou a ocorrência na delegacia.

A prefeitura de Caxias esclareceu que para todos os pacientes com suspeita de dengue o procedimento é realizar um hemograma para avaliar o número de plaquetas e que eles devem procurar uma unidade de saúde caso o sintoma continue. No caso de Yasmim, ambos atendimentos deram quadro estável.

Andressa disse que ao retirar o laudo em um posto da Prefeitura de Caxias, uma funcionária disse que a máquina que faz o diagnóstico de dengue na UPA poderia estar descalibrada. O caso está sendo investigado pela 59ª DP.

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