Por bianca.lobianco

Rio - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, com apoio da Corregedoria Geral Unificada (CGU) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ (CSI/MPRJ), deflagraram, na manhã desta quarta-feira, a Operação Katitula. O objetivo é cumprir mandados de prisão preventiva contra 65 pessoas, incluindo três policiais militares e três policiais civis, responsáveis pelo tráfico de drogas e armas na região Sul Fluminense, em favelas do Rio e em cidades de Minas Gerais e São Paulo. 

Ao todo, 98 pessoas foram denunciadas. Elas são acusadas dos crimes de tráfico, associação para o tráfico, quadrilha armada, extorsão mediante sequestro, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de armas e venda de medicamentos proibidos. Também estão sendo cumpridos 55 mandados de busca e apreensão em diversas cidades dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (além da capital, municípios da Baixada Fluminense, Vale do Paraíba e Região da Costa Verde). 

Tráfico dividido em núcleos 

De acordo com a denúncia, o bando era dividido em vários núcleos: comércio de entorpecentes e lavagem de dinheiro; tráfico de armas de fogo; comércio ilícito de produtos pirateados (CDs, DVDs e roupas) e de medicamentos não autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em especial, anabolizantes e o estimulante sexual Pramil. 

Já o núcleo policial era dividido em dois: policiais civis lotados na 90ª DP (Barra Mansa), voltados à corrupção para a não repressão ao crime; e policiais militares e civis de Volta Redonda, voltados à extorsão mediante sequestro — o núcleo de traficantes de armas também contava com um PM da Baixada Fluminense. 

Eles se reuniam em uma borracharia, localizada às margens da Rodovia BR-393 (Rodovia Lúcio Meira). Nestes encontros, identificavam seus alvos e definiam a forma como se dariam as extorsões. Por vezes, faziam uso de grave ameaça, incluindo a realização de prisões forjadas. Em outras ocasiões, sequestravam a vítima, exigindo posteriormente pagamento de resgate. 

Além dos 98 denunciados, outros policiais militares serão processados na Auditoria Militar, além de um vereador com foro por prerrogativa, totalizando mais de cem envolvidos.

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