Por clarissa.sardenberg

Rio - O movimento de ocupação das escolas públicas do Rio chegou ontem ao CAp-Uerj, o Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Os alunos da unidade, no Rio Comprido, reivindicam o acesso à merenda escolar gratuita e reparo nas instalações do colégio. Agora o estado tem 70 escolas ocupadas.

“Somos 1.100 alunos. Muitos estudam em tempo integral e, sem acesso à merenda, o que faz com que tenhamos que gastar quase R$ 20 por dia”, reclamou a aluna Laura Augusto, do 2º ano do Ensino Médio.

Alunos do CAp-Uerj ocuparam a escola por tempo indeterminadoReprodução Facebook

Os alunos que ocuparam a unidade, ligada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, também cobram a reposição de professores para acabar com a carência de aulas. “Algumas turmas ficaram três meses sem aulas de português. Só com professores provisórios. Também estamos sem aulas de filosofia”, cobrou Matheus Zanon, de 17 anos, que está no 3º ano do Ensino Médio.

A Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia informou, em nota, que o CAp-Uerj recebeu 145 novos professores no ano passado, mas admitiu que há sérios problemas na infraestrutura no colégio, “que funciona nas dependências de um antigo hospital, adaptado para receber uma escola, o que não é o ideal”. Os problemas de infraestrutura, segundo a secretaria, não são de simples solução, mas já seriam “de conhecimento da Uerj há anos”.

Em relação à merenda gratuita, a secretaria estadual admitiu que o Estado não tem feito o repasse de recursos à empresa responsável pelo bandejão.

A ocupação, diferentemente das que acontecem nas demais unidades da rede estadual, tem o apoio da direção da escola, e será por tempo indeterminado, até que o Estado atenda as reivindicações. Os professores do 3º ano do ensino médio estão dando aula para não prejudicar os vestibulandos.

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