Rio - A Delegada de Polícia Cristiana Bento da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) assumiu a coordenação da investigação do crime de estupro coletivo sofrido pela adolescente de 16 anos, ocorrido em uma comunidade na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio.
Em nota, a Polícia Civil informou que "a medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho".
A delegada Cristiana está analisando as provas colhidas até o momento no inquérito policial, incluindo depoimentos e outras diligências realizadas pela Polícia Civil, definindo os próximos passos da investigação.
Ainda neste domingo de manhã, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) havia negado o afastamento do delegado de polícia Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), que estava a frente do caso. A juíza Angélica dos Santos Costa, do plantão do TJ, havia alegado não ter condições de julgar o caso, uma vez que teve acesso apenas ao termo da declaração das advogadas.
A representante que defende a adolescente, a advogada Eloisa Samy, fez um pedido no Ministério Público, neste sábado, solicitando o desmembramento do caso, onde Thiers cuidaria apenas dos delitos que envolvem a divulgação de vídeos nas redes sociais. Já a DCAV apuraria o crime de estupro.
Sindicato de Delegados critica advogada de adolescente vítima de estupro
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sindepol-RJ) divulgou, neste domingo, comunicado em que critica a advogada da adolescente vítima de um estupro coletivo, Eloísa Samy. No texto, a entidade afirma repudiar "de forma veemente as declarações impertinentes e oportunistas da advogada, assim como qualquer tipo de ingerência nas investigações do caso". O Sindepol, segundo a nota, recebe o apoio do Sindicato de Delegados Federais do Rio de Janeiro (SindiPF-RJ).
No comunicado, o Sindipol-RJ afirma que a Polícia Civil do Estado do Rio se "notabiliza pela defesa intransigente dos direitos humanos e guarda dos direitos fundamentais, em especial os das crianças, dos adolescentes e das mulheres". A entidade ainda destaca "as biografias dos delegados responsáveis pela investigação", que são "a certeza da imparcialidade e eficiência na apuração dos fatos".