Rio - A jovem de 16 anos, vítima de um estupro coletivo na comunidade São José Operário, na Praça Seca, pode deixar o estado a qualquer momento. A decisão, prevista no programa de proteção à testemunha em que ela está inserida, foi tomada após ser constatado o gravíssimo nível de ameaça que ela está sofrendo, correndo risco de vida. No bairro onde ocorreu o crime, moradores protestaram contra acusação de estupro.
"Estamos preocupados com o nível de ameaça e tem uma equipe bem treinada para fazer o acompanhamento. É provável que ela vá para outro estado porque o caso dela é grave", disse Andrea Sepulveda, subsecretária estadual de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos, nesta segunda-feira.
A adolescente chegou à secretaria acompanhada da avó, dos pais e do seu filho de 3 anos. Está está amparada pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM). O grau de ameaça subiu de quinta para sexta-feira, segundo a subsecretária, e prevê até mesmo a saída do país.
Ainda de acordo com Andrea Sepúlveda, a família está disposta a recomeçar fora do Rio. O programa tem duração de dois anos, podendo ser prorrogada caso o risco continue. Os recursos são do Governo Federal.
Protesto contra acusação de estupro
No bairro onde fica a comunidade onde a adolescente sofreu o abuso, moradores e motociclistas realizaram um protesto contra a acusação de estupro. Eles fecharam a fechar a Rua Cândido Benício, na altura do BRT da Praça Seca.
Com cartazes, os manifestantes protestavam dizendo que não houve estupro. A Polícia Militar foi chamada no local e dispersou a multidão usando spray de pimenta.
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