Por gabriela.mattos

Rio - A rotina de Luiza Maria Silva, de 15 anos, de acordar cedo e ir para o colégio todos os dias deu uma pausa por três meses. Com a greve dos professores e a ocupação nas escolas, os estudantes recorrem à alternativa de estudar em casa, com o auxílio da internet. “Estudo sozinha, quando preciso vou ao computador”, disse ela, aluna do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Visconde de Cairu, no Méier, Zona Norte.

Sua mãe, a doméstica Piedade Maria Romano, 55, diz que a preocupação maior é de a menina perder o ano. “Ninguém faz nada. Está tudo a mesma coisa”, declarou. Eduarda Costa, 15, também estudante da Cairu, teve que sair do colégio com medo de perder de ano. “Fiquei um mês sem aula. Minha mãe quis me colocar em outra escola”, comentou.

De acordo com a Secretaria de Educação%2C apenas 5% das escolas permanecem ocupadas no estadoDivulgação

Procurada, a Secretaria estadual de Educação informou que ainda não tem previsão sobre a retomada das aulas. De acordo com o órgão, menos de 5% das escolas estão ocupadas e, nos últimos dias, 18 unidades já foram desocupadas e começaram a receber melhorias e reparos.

Na tarde desta terça-feira, representantes da Defensoria Pública e do Ministério Público se reuniram com alunos que ocupam desde segunda-feira o prédio da Secretaria de Educação, em Santo Cristo, no Centro do Rio. O promotor Emiliano Brunet defendeu o diálogo como a melhor forma de resolver as questões e afirmou que qualquer proposta oferecida pelo estado para conseguir a desocupação deve ser debatida com os estudantes.

“Os funcionários pediram que os alunos deixem pelo menos o setor administrativo livre, podem ocupar outros lugares”, disse o promotor. “Não vamos sair enquanto o secretário não dialogar conosco sobre nossas reinvidicações”, bradou uma aluna. “Temos direito de pedir melhorias”.

?Reportagem da estagiária Carolina Moura

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