Por gabriela.mattos

Rio - Bruno Couto da Costa, de 32 anos, e Rosana Lima, 28, eram casados há cinco anos. Como alguns casais, tinham o sonho de ter filhos. Mas o plano deles foi brutalmente interrompido na noite de sexta-feira, na Rua Doutor Rufino de Alencar, no bairro de Cordovil, Zona Norte do Rio. “Agora me diz como vou viver? E nossos planos? Nosso filho para o ano que vem? Já estava tudo programado. E agora, amor? E agora, sem você?”, postou a viúva, em seu Facebook. “Volta para mim, você é minha vida, Bruno. Espero que Deus me leve o mais rápido possível”, desabafou.

O policial militar lotado na UPP Parque Proletário foi surpreendido por dois suspeitos armados, que se aproximaram e anunciaram o roubo. A dupla atirou e matou Bruno, que naquele momento virava mais uma vítima da violência contra policiais e um número de uma triste estatística. Até junho deste ano, 188 policiais foram baleados no Rio, e 43 deles morreram. Para efeito de comparação, no mesmo período de 2015, foram 13 policiais mortos.

Em rede social%2C viúva desabafa%3A “Agora me diz como vou viver%3F”Reprodução Facebook

“Bruno era a melhor pessoa do mundo”, relembra a viúva, amparada pela irmã, Rosi Rodrigues, na saída do Instituto Médico-Legal. Segundo Rosana, o oficial foi alvejado depois que os bandidos tentaram assaltá-lo e o reconheceram como policial. A mãe da vítima foi amparada e não tinha condições de falar. A cunhada de Bruno afirma que o Estado arcou com as despesas funerárias e fez um desabafo: “Cadê os Direitos Humanos? Os Direitos Humanos não funcionam para policiais. Ser policial no Rio é sentença de morte. A situação está cada vez pior, cada vez mais a violência aumenta”. O enterro foi ontem, às 16h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.

?Reportagem de Gabriel Sobreira

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