Por gabriela.mattos

Rio - Decepção e bom humor no primeiro dia útil de funcionamento do VLT. Por falta de energia, o trem parou durante testes, a alguns metros do seu ponto final, no Aeroporto Santos Dumont. O DIA estava a bordo e acompanhou o drama de quem teve que descer do veículo que por enquanto é atração, mas foi criado para melhorar o transporte no Rio. Funcionários da concessionária VLT Carioca ajudaram na saída dos passageiros.

Quem ia embarcar no Santos Dumont e pegou uma carona precisou levar a mala pela grama, repleta de lama de chuva, até o aeroporto. “O jeito agora é puxar a mala”, disse Giorgete Soares, de 56 anos, que ia viajar e enfrentou o imprevisto. “Vamos dar uma chance porque é um teste, né? Vamos esperar um pouco”, afirmou.

VLT tem problema elétrico no primeiro dia de abertura ao públicoEstefan Radovicz / Agência O Dia

A viagem partindo da Praça Mauá começou animada, com turistas e moradores em clima de descontração no trem. Passageiros curtiam o roteiro: Avenida Rio Branco, cruzando a Presidente Vargas, passando por uma das igrejas mais famosas do Rio, a Candelária, e seguindo até o Aterro do Flamengo.

Do lado de fora, chamava a atenção de quem passava. Mas o desfecho não foi um sucesso. Além de risos, ironias e críticas, passageiros cantavam ao descer do trem parado: “Por que parou? Parou por quê?”, com celulares e câmeras na mão para registrar o ‘mico’. Todos, inclusive idosos e crianças, tiveram que atravessar o gramado para chegar ao menos até a plataforma mais próxima. “A bateria deve ter esgotado!”, brincou o rodoviário Tales Honorato, 27 anos, que parou para filmar o incidente.

No caminho, carros, pedestres e bicicletas dividiam o mesmo espaço nos trilhos. O trem andou o tempo todo acompanhado por batedores em motos, sinalizando a sua passagem. .

LEIA MAIS: Com atraso e protestos, Paes inaugura linha do VLT

Paralisações podem voltar a acontecer

A Secretaria Municipal de Transportes informou que o serviço foi interrompido logo após passar a estação Antônio Carlos, devido a uma queda de energia. Não houve descarrilamento, como chegou-se a comentar nas redes sociais.

Segundo o órgão, a operação dos demais trens não foi afetada, e o serviço foi restabelecido em 20 minutos. A secretaria alertou que novos incidentes do tipo poderão ocorrer, já que é fase de adaptação do VLT.

A concessionária VLT Carioca explicou que a transmissão de energia será feita por meio do sistema APS (Alimentação Pelo Solo) no terceiro trilho instalado entre os de rolamento do trem, pelo qual acontece a captação da rede elétrica.

A empresa informou que “as composições contarão com supercapacitadores, baterias instaladas no teto do VLT, que armazenam energia e regeneram durante a frenagem”.

'Na minha terra não tem isso'

Quem passava pela Praça Mauá para conhecer também quis experimentar o VLT e dar um passeio pela cidade. Foi o caso de três argentinas: Ana Bela, 28, Marianella, 27 anos, e Natacha, 30. “A mobilidade do Rio é muito boa”, disse Marianella. “Estamos curtindo”, acrescentou ela, tirando foto com as amigas no trajeto.

Mineiros aprovaram o transporte. “Lá na minha terra não tem isso não. Achei bacana demais a estrutura”, declarou Rodrigo Oliveira, de 37 anos, supervisor de eventos. Ele veio com os amigos passar um dia no Rio a trabalho e acabou pegando carona no veículo inaugurado. “Só achei estranha a falta de segurança. Muita gente passando na frente. Tem que ter cuidado para não atropelar”, observou. 

Reportagem da estagiária Carolina Moura

Você pode gostar