Rio - Agentes da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) vasculharam desde o último dia 29 de maio cerca de 2 mil perfis da rede social Facebook a procura de suspeitos de envolvimento no estupro da adolescente de 16 anos, no Morro da Barão, em Jacarepaguá.
A busca começou a partir dos amigos dos principais suspeitos, como Raí de Souza, 22 anos. Um dos investigadores afirmou que foi a partir da busca na rede social que foi possível encontrar o celular de Raí, onde estavam dois vídeos salvos na pasta de Whatsapp. “Um dos amigos publicou uma foto com o Raí e o Lucas, que vestiam a mesma roupa que se apresentaram quando estavam sendo procurados. Verifiquei que esse amigo morava em uma rua, em Madureira”, disse. A partir de uma diligência, o agente chegou ao amigo. “Vi nas fotos dele em que uma amendoeira ficava na frente do prédio. Perguntei ao porteiro se o suspeito morava lá e qual o apartamento. Com a confirmação, pedi o mandado de busca e apreensão. Encontramos o celular escondido assim”, contou.
A Dcod (Delegacia de Combate às Drogas) auxiliou os investigadores cedendo 600 perfis na internet que seriam de pessoas ligadas ao tráfico de drogas da região. Através desse monitoramento, os agentes estão realizando levantamento de dados. “Fiz um perfil falso e, com ele, consegui um áudio em que provava que o tráfico mandara organizar manifestações. Também percebemos que muitas pessoas contam detalhes do segundo vídeo que não foi muito divulgado, inclusive citando o objeto que foi introduzido na genitália da jovem”, afirmou um dos agentes, que já cancelou o perfil após ser descoberto.
Conforme O DIA revelou, o advogado de Raí de Souza é o mesmo que defende Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, chefe do tráfico no Morro da Barão, no seu processo mais recente, na 11ª Vara Criminal do Rio. No entanto, todas as evidências relacionadas ao tráfico de entorpecentes encontradas na investigação da Dcav serão remetidas para a Dcod.
Nova diligência ao Morro da Barão
O jogador de futebol Lucas Perdomo, 20, prestou um novo depoimento na tarde de ontem e os investigadores perguntaram a exata localização da casa onde a jovem vítima do estupro coletivo passou a madrugada de sábado, dia 21 de maio. Até agora, a polícia já sabe que a garota foi para um baile funk por volta da 1h da manhã desse dia. De lá, segundo os investigadores, seguiu com Raí de Souza, além de Lucas e uma outra jovem, para uma casa no interior do Morro da Barão. No local, teriam feito sexo consentido — a vítima com Raí, a outra menina com Lucas.
Por volta das 10h da manhã do mesmo dia, Raí, Lucas e a amiga da vítima teriam deixado a menina sozinha na residência. Os investigadores querem saber o que aconteceu depois. Para isso, pediram para que Lucas os acompanhasse até a residência onde os casais teriam feito sexo consentido, mas, o advogado do jogador recusou a proposta. A diligência na casa deve ocorrer ainda nessa semana. Lucas saiu do depoimento sem falar com a imprensa.