Rio - Após a invasão de traficantes fortemente armados no Hospital Municipal Souza Aguiar para resgatar o preso Nicolas Labre Pereira de Jesus, de 28 anos, vulgo Fat Family, bandidos comemoraram a fuga em áudio com outros traficantes. "Trouxemos, mané. O mano tá na rua com nós (SIC). O amigo tá bem", dizia um dos bandidos.
O Hospital Municipal Souza Aguiar, principal emergência da cidade e referência para emergências durante as Olimpíadas do Rio viveu momentos de guerra e horror na madrugada deste domingo, quando 25 homens fortemente armados com fuzis e granadas invadiram o hospital, mataram um homem que buscava atendimento e feriram duas pessoas. O objetivo era resgatar Fat Family, apontado como o chefe do tráfico do Morro Santo Amaro no Catete. O traficante, que havia sido preso no dia 13, já está de volta às ruas.
Por volta das 3h da manhã deste domingo, os bandidos chegaram em quatro carros e detonaram três granadas durante o ataque ao hospital. Fat Family foi preso no último dia 13 por policiais da Delegacia de Combate às Drogas (Decod). Como foi ferido na cabeça durante a operação policial, ele estava internado desde segunda-feira sob custódia policial. Fat Family é irmão do traficante Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, que está preso em presídio federal.
Ronaldo Luiz Marriel, 35 anos, foi morto durante a invasão. Ele havia se machucado na testa em uma briga em boate na Lapa e procurou atendimento médico na emergência do Souza Aguiar. Ele e o amigo, o PM Fábio Ferreira da Silva, chegaram ao hospital no momento em que os bandidos deixavam o local. O carro de Ronaldo foi alvejado por vários disparos. Ele morreu e Fábio ficou ferido e foi socorrido ali mesmo no Souza Aguiar, onde passou por cirurgia. O técnico de enfermagem Júlio César dos Santos Basílio também foi ferido e levado para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI). O estado de saúde dele é grave.
Câmeras de segurança instaladas na entrada da recepção poderão ajudar a identificar os criminosos. As primeiras informações são de que eles se dividiram em dois grupos durante o ataque.
A polícia suspeita que um advogado teria ido ao local durante a madrugada pelo menos umas quatro vezes e arquitetato todo o plano da invasão. Há informações de que a polícia teria sido informada de uma possível ação na unidade. A Divisão de Homicídios isolou o local para fazer perícia.