Por gabriela.mattos

Rio - O atendimento médico que o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, necessita é uma das principais pistas que a polícia possui para a sua localização. Isso porque ao ser resgatado do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, o criminoso ainda precisava passar por uma cirurgia para reparar os danos provocados por um tiro que acertou o seu rosto. Uma grande operação policial foi desencadeada nesta terça-feira, em 38 comunidades, para tentar recapturar o traficante e bandidos que participaram da ação criminosa.

A Delegacia de Homicídios da Capital investiga se o roubo ao posto de saúde da Vila Aliança, Zona Oeste, na noite de segunda-feira, possui relação com o caso, mesmo sendo área de uma facção rival. “Eles entraram armados. Um homem falava os nomes dos remédios que eles tinham que levar. Levaram antibióticos, material para curativo e um cilindro de oxigênio”, afirmou um funcionário.

Investigadores acreditam que o homem poderia ser um médico do tráfico. A polícia fez uma busca de possíveis pessoas que já tenham trabalhado para o Comando Vermelho (CV), com conhecimentos da área de saúde. Além disso, há uma denúncia de que uma enfermeira, moradora de São Gonçalo tenha sido procurada para tratar do traficante. Teriam oferecido a ela R$ 600 por dia.

Segundo médicos%2C Fat Family precisa de cuidados para não agravar ferimento%2C além de cirurgia reparadoraReprodução Internet

Segundo médicos do Souza Aguiar, o ferimento de Fat Family não é grave, mas necessita de cuidados constantes para não infeccionar, além da cirurgia reparadora. O traficante foi ferido durante operação para sua captura, no último dia 13, menos de dois meses após ganhar a liberdade. Com cinco anotações criminais por homicídio e tráfico, ele voltou a comandar a venda de drogas no Morro Santo Amaro, na Glória.

PMs que escoltavam bandido estão sob tratamento médico

Três dos quatros policiais militares que realizavam a escolta de Fat Family no dia da invasão do Souza Aguiar estão sob tratamento médico. “A psicóloga do 5º BPM está atendendo a dois policiais envolvidos nesta ocorrência, e outro está no Hospital Central da Polícia Militar”, informou o tenente-coronel Fernando Derenusson, chefe do setor de psicologia da corporação.

No início da noite desta terça-feira, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, determinou a exoneração do comandante do batalhão responsável pelo policiamento do Souza Aguiar, tenente coronel Wagner Guerci Nunes, além do subcomandante da área e do oficial responsável pelas operações do Comando Regional.

O bonde que resgatou Fat Family saiu de Santa Teresa e cruzou ruas da cidade sem ter resistência policial. Segundo a DH, os PMs recuaram assim que viram os criminosos entrando com fuzil. Sem resistência, seis traficantes conseguiram usar um alicate para tirar a algema que prendia Fat Family à maca.

Zaca presta depoimento em presídio

Tio de Fat Family, o traficante Edson Pereira Firmino de Jesus, o Zaca, prestou depoimento nesta terça-feira dentro de Bangu 1 a agentes da Delegacia de Homicídios que investigam se ele foi o mentor do resgate. Zaca já teve a mesma defensora de Fat Family, que foi ouvida também por ter visitado várias vezes o traficante enquanto ele estava custodiado.

Como O DIA revelou, Zaca promoveu uma festa dentro de Bangu 3, assim que foi informado pelo Whatsapp do resgate do traficante de dentro do hospital. Após saber da festa, a Justiça determinou a retirada de Zaca de Bangu 3 para Bangu 1, onde há regime disciplinar diferenciado, e sua transferência para um presídio federal, assim como outros 14 internos da mesma facção. 

Até o momento, o Disque-Denúncia recebeu 30 informações sobre o paradeiro de Fat Family. O número de informações dobrou de segunda para terça. As localizações sobre seu paradeiro são diferentes, o que fez a PM realizar diferentes ações com 18 batalhões envolvidos.

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