Por gabriela.mattos

Rio - A notícia de que três grandes marcas de bebidas vão deixar de vender refrigerante para cantinas de escolas públicas e privadas que sirvam alunos até 12 anos de idade animou nutricionistas, pais e educadores no Rio, mas deixa gente de pé atrás. “Parar de vender o refrigerante pode não mudar muita coisa, pois vão continuar comercializando produtos que contêm muito sódio e açúcar”, diz a advogada Patrícia Capella, de 38 anos, mãe de Francisco, 7 .

Integrante do Movimento Pela Alimentação Saudável, fundado por mães do Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme Velho, ela teme que a medida seja apenas um paliativo, que não mude de verdade o consumo de bebidas que não sejam saudáveis.

Coca-Cola, PepsiCo e Ambev anunciaram nesta quarta-feira que só vão comercializar água mineral, sucos 100% natural, água de coco e bebidas lácteas que “atendam a critérios nutricionais específicos.” O objetivo é ajudar a combater problemas ligados à obesidade em todo o país. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 15% das crianças brasileiras estão acima do peso. Só na Região Sudeste, 38% de crianças, adolescentes e jovens entre 10 a 19 anos estão obesas.

Os irmãos Adriano e Estevão não tomam refrigerante%3A preferem sucoÁlbum de família

Para a educadora musical Tatiana Gomes Oliveira, 37, as crianças não devem ter acesso aos refrigerantes com tanta facilidade, mas o controle também deve partir dos pais. “A gente pode não deixar beber em casa, mas é fácil consumir na escola. Então eu deixo avisado que meu filho não pode beber refrigerante ou alimentos que façam mal”, diz ela, que é mãe de Adriano, de 10 anos, e Estevão, de 6, estudantes do Colégio Santos Anjos, na Tijuca.

Para especialistas, o hábito de evitar refrigerantes deve começar bem cedo. E dentro de casa. “O importante é beber bastante água. Crianças não podem nem pensar em tomar guaraná natural, mate ou isotônicos”, diz a nutricionista Lorraine Ferraz, 38, mãe de Miguel, 6, e Rafael, 2. 

“Nunca dei refrigerante para meu filho quando era pequeno, hoje ele não gosta”, diz Vânia Guimarães, mãe de Diogo, 10. Nem sempre, claro, a decisão é fácil. Bernardo, 6, bebe água. Já a irmã, Yasmin, 10, prefere mate e suco. “Nunca ofereci refrigerantes para as crianças e, mesmo assim, não me livrei de terem provado. Yasmin provou nas festinhas, aos 7 anos, e o Bernardo até já provou, mas achou horrível”, diz a administradora Márcia Lima Figueiredo, 45.

?Reportagem da estagiária Daniele Bacelar

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