Rio - Para agentes do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), o incêndio em um dos alojamentos da Escola João Luiz Alves, na Ilha do Governador, foi provocado de forma intencional por adolescentes internados na unidade. Nove deles ficaram feridos com queimaduras e internados no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Um jovem está em estado grave e corre risco de morte.
Um vídeo mostra a movimentação dos agentes no corredor do alojamento onde o colchão foi incendiado e chamas altas saindo da porta. “Acionamos os Bombeiros por volta das 11h e não vieram apagar o fogo. Fizemos o trabalho deles. Os internos alegam que foram provocar um curto juntando dois fios para ascender algo, que acabou causando este incêndio. Mas quando chegamos havia um colchão preso às grades, o que dá entender que o fogo foi provocado intencionalmente”, contou, revoltado, um agente que pediu para não ser identificado com medo de represálias.
O Corpo de Bombeiros negou que foi acionado. Atualmente, no Rio há oito unidades fechadas e outras 17 semiabertas.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Degase, João Luiz Pereira Rodrigues, o fogo foi originado de um motim. Dois agentes foram medicados pois inalaram fumaça. “Era uma tragédia anunciada, pois a unidade tem capacidade para 120 pessoas, e lá há mais de 400 internos. Todas estão superlotadas. É um barril de pólvora”, disse João Luiz.