Por clarissa.sardenberg

Rio - Usuários do Metrô Rio estão ouvindo vozes diferentes no sistema de som dos vagões e estações nesta Olimpíada. A concessionária “convocou” ex-atletas, medalhistas olimpícos, para anunciar paradas e dar informações por mensagens sonoras em suas linhas. É o caso de Ricardo Prado, medalha de prata em Los Angeles (1984), que se apresenta, dá boas vindas e orienta, por exemplo, onde cariocas e turistas devem descer ou embarcar para chegar aos locais das competições.

Zanna%2C a ‘voz do Metrô’%2C é pioneira na comunicação com os passageirosDivulgação

O serviço conta ainda com as vozes do remador Sebastián Cuattrin e da jogadora de vôlei Dora Castanheira. A mensagem é lida em tom entusiasmado ao chegar ao principal estádio brasileiro: “Eu sou a Dora castanheira, atleta Olímpica do vôlei. Bem-vindos ao palco dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Próxima estação Maracanã”.

De uma maneira geral, a reação do público, tanto de cariocas quanto de turistas, é positiva. Quase sempre, o passageiro que ouve a mensagem pela primeira vez esboça um sorriso de surpresa.

Segundo a empresa, outros idiomas ainda podem ser ouvidos pelos passageiros, em situações específicas. Até o final dos Jogos Olimpícos, outras informações na voz dos atletas, serão incorporadas, dependendo do andamento das competições. Por exemplo, em uma final de futebol entre Brasil e França, explicações de estações serão veiculadas em francês, além do inglês.

Além do Metrô, outro time de vozes está recebendo visitantes de todos os cantos do mundo, também nos trens da Supervia, nos aeroportos do Galeão ou Santos Dumont, no Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou nas Barcas.

Dona da Zanna Sound, empresa que desenvolve projetos de comunicação em áudios, a cantora Zanna Lopes, que empresta sua voz ao Metrô Rio há anos, diz que a Olimpíada é ideal para testar inovações no jeito de falar e no tom utilizado. Segundo ela, alterações vêm sendo executadas com o objetivo de fazer com que locutores, além dos ex-atletas, tenham uma aproximação maior com os usuários, de forma mais rápida e clara.

A voz nos sistemas de som dos meios de transporte, conforme Zanna, sempre teve uma “pegada” dura, fria e confundida pelos usuários com máquina. “Mas, no Rio, estamos mudando isso. No lugar das falas sisudas e robóticas, está nascendo uma geração de vozes simpáticas, próximas, de seres humanos de carne e osso, que têm a função também de passar carinho e calma a quem está sempre no corre-corre”, ressalta Zanna.

Danielle Almeida%2C tem 30 anos%2C e é a voz oficial da SuperVia desde 2011Divulgação

Ao mensurar o impacto de mudanças em sua comunicação com o usuário por pesquisa, o Metrô descobriu que as mudanças foram aprovadas por 81% deles. esse sucesso fez com que a introdução de novidades sonoras seja seguida por outras concessionárias.

Na onda do Metrô, outros meios de transporte vêm assimilando a nova tendência de comunicação. É o caso dos aeroportos, como o Santos Dumont, que ousou trocar a voz icônica, austera e distante da famosa Iris Lettieri, até hoje tida como a “voz do Galeão”, pelo simpático tom de Ana Aquino.

Danielle Almeida, de 30 anos, que ingressou na SuperVia como bilheteira, hoje empresta sua voz melodiosa, que, segundo os passageiros “passa calma”, à concessionária.

Richard Mattos%2C de 47 anos%2C é a voz oficial da Barcas Divulgação

No novo VLT, a comunicação é da jornalista Chris Araripe, com sua voz “despojada e de alto-astral”, escolhida entre 25 concorrentes.

Já o jornalista e dublador Richard Mattos, 47, por sua vez, é quem emite mensagens nas embarcações da CCR Barcas, de maneira “mais moderna”.


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