Por gabriela.mattos

Rio - Suspeito de estuprar duas camareiras na Vila dos Atletas, o boxeador marroquino Hassan Saada responderá pelo crime em liberdade. A liminar foi concedida, no fim da tarde desta quarta-feira, pelo ministro Rogerio Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele estava preso desde o último dia 4.

A decisão impõe ao atleta ainda uma série de medidas cautelares. Segundo o STJ, Saada não poderá frequentar a Vila e nem se aproximar das supostas vítimas ou das testemunhas do caso. Além disso, o atleta não poderá deixar o Rio sem autorização judicial e terá de entregar o passaporte.

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Em depoimento à polícia, as camareiras contaram que a tentativa de estupro ocorreu no último dia 2, enquanto elas faziam a limpeza no alojamento da delegação de Marrocos. Ao decretar a prisão temporária do boxeador, a Justiça apontou que o boxeador poderia interferir nas investigações e que outras funcionárias da Vila correriam o mesmo risco. 

Hassan Saada é suspeito de estuprar duas camareiras na Vila dos AtletasReprodução Facebook

Na decisão, o ministro destacou que o fato de se tratar de um atleta reconhecido mundialmente, que disputa os Jogos Olímpicos, não é impedimento à prisão cautelar. Para ele, “não importa se nacional ou estrangeiro, famoso ou desconhecido; releva analisar se sua segregação cautelar é amparada em lei e se é necessária, à luz dos dados constantes dos autos”.

Para o ministro, a prisão temporária só é cabível quando imprescindível para as investigações. “Não se trata de conveniência ou comodidade para o bom andamento do inquérito, mas de verdadeira necessidade”, afirmou. No entanto, assinalou, nem a juíza nem o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que negou a liberdade para o atleta, examinaram a possibilidade de adoção de medidas cautelares alternativas à prisão, como manda a lei.

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