Por gabriela.mattos

Rio - Policiais impediram na noite desta quarta-feira o embarque de dois nadadores americanos que estavam no grupo que disse ter sido assaltado no fim de semana. Os medalhistas Gunnar Bentz e Jack Conger foram levados para a delegacia da Polícia Civil do Aeroporto do Galeão para prestar depoimento sobre o caso. Ryan Lochte, de 32 anos, e James Feigen, de 26, que já tinham prestado informações à Polícia, foram incluídos na lista do Sistema Nacional de Procurados e Impedidos (Sinpi), da Polícia Federal, após decisão judicial de apreensão de seus passaportes, na madrugada desta quarta-feira. De acordo com a Justiça há indícios de comunicação falsa de crime.

Vídeo mostra nadador chegando à Vila com pertences que teriam sido roubadosReprodução Vídeo

Os nadadores afirmam que foram assaltados na madrugada do último domingo, após saírem de uma festa na Lagoa, na Zona Sul. A Polícia Civil ressaltou que o inquérito ainda não foi concluído e que os atletas ainda são tratados como vítimas de assalto. No cadastro Sinpi estão os nomes de todos as pessoas que não podem deixar o Brasil por problemas com a Justiça, assim como os impedidos de entrar ou sair do país.

Segundo a Polícia Federal, Lochte embarcou para os Estados Unidos, na noite de segunda. Até o fechamento desta edição, o paradeiro de Feigen era desconhecido. A juíza Keyla de Cnop, do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, alega, na decisão, que “o comportamento mais que tranquilo dos atletas logo após a suposta violência (como foi mostrado em imagens de câmeras de segurança da Vila) agregado às demais contradições do inquérito” justificava a apreensão dos passaportes. Já o delegado Ronaldo Oliveira, chefe das delegacias especializadas, disse que a decisão da apreensão foi tomada de forma parcial pela Justiça.

“Se no final da investigação ficar comprovado que não teve (o roubo) o delegado vai fazer um relatório. Mas até agora não temos nada nesse sentido”. A pena para esse crime pode chegar a 3 anos de prisão

Versões contraditórias

Para o coordenador do Juizado Especial Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, desembargador Mauro Martins, por enquanto, os atletas americanos são tratados como vítimas. “Se for comprovado na investigação policial que houve falsa comunicação de crime, eles responderão e podem ser julgados à revelia se não atenderem o chamado da Justiça por carta rogatória”, explicou. Os outros dois atletas que afirmam terem sido assaltados ainda prestarão depoimento.

Entre as contradições apontadas pela juíza Decnop estão o grande intervalo entre a saída da festa na Lagoa e a chegada à Vila Olímpica (os atletas demoraram cerca de 3 horas para fazer um trajeto que poderia ser cumprido em 30 minutos), o número de assaltantes que participaram do suposto roubo e a tranquilidade dos nadadores flagrada em câmeras. A possibilidade da falsa comunicação de crime fez com que internautas enviassem mensagens a Lochte o chamando de “mentiroso” e “criminoso”.

?Colaborou Adriana Cruz

Você pode gostar