Por tabata.uchoa

Rio - O conjunto arquitetônico de obras de arte, a maioria delas raras, que fica a céu aberto em todos os cantos do Rio e ajuda a contar a história da cidade e do Brasil, está ameaçado. Em pouco mais de dois anos, pelo menos 180 monumentos históricos foram completamente destruídos ou danificados por vândalos. Neste período, a Secretaria Municipal de Conservação de Serviços Públicos (Seconserva), através da Gerência de Monumentos e Chafarizes, gastou mais de R$ 10 milhões em restaurações.

Estátua de Noel Rosa é monitorada. Vândalos que cortaram braço do monumento foram identificadosDivulgação

A situação é tão séria que a pasta passou a destinar R$ 2,5 milhões por ano somente para a manutenção e vigilância das cerca de 1.200 obras importantes sob sua responsabilidade, e que compõem o acervo, um dos maiores e mais importantes do país. Os ataques têm como alvos principais esculturas que contenham metais como chumbo e cobre. Esses produtos valem ouro no mercado clandestino para viciados em crack, conforme O DIA já mostrou em uma série de reportagens. Nem túmulos de diversos cemitérios, como o do Caju, escapam de furtos de peças.

“Os atos de vandalismo hoje são nossos principais adversários. A conservação desse patrimônio raro e riquíssimo é um desafio diário”, admite o secretário da Seconserva, Marcus Belchior. “Nos últimos anos avançamos muito na questão da proteção dessas obras, mas temos consciência de que ainda há muito o que fazer”, afirma Marcus.

Com o objetivo de reduzir o número de ações delituosas contra o patrimônio público, a Secretaria de Conservação adotou três medidas: instalou câmeras de monitoramento em alguns dos monumentos mais vandalizados, deu início a uma campanha em praças com obras públicas batizada de ‘Valorizando o Patrimônio’ e intensificou ações de conscientização nas redes sociais.

Imagens captadas pelas câmeras já ajudaram a polícia a identificar, por exemplo, responsáveis por ataques contra o monumento de Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, e o de Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana. Entre outras dezenas de estátuas monitoradas estão ainda as de Noel Rosa (Vila Isabel), General Osório (Praça XV), Tom Jobim (Arpoador) e Estácio de Sá (Aterro do Flamengo).

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