Por gabriela.mattos

Rio - O primeiro debate eleitoral foi marcado por ataques ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), na noite desta quinta-feira, na TV Band. Além disso, os candidatos mencionaram o processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e questionaram sobre os gastos com a Olimpíada. Em paralelo, o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) respondeu às perguntas na Cinelândia, já que inicialmente tinha sido impedido de participar do debate. Milhares de pessoas acompanharam o segundo candidato nas pesquisas de intenção de voto.

Questionado por Carlos Osório (PSDB) sobre o futuro das finanças do município pós-Jogos Olímpicos, Pedro Paulo Carvalho (PMDB) disse que o Rio "vive um momento especial" e destacou que as dívidas diminuíram. Segundo ele, a cidade está em equilíbrio fiscal.

"Transformamos essa cidade. Achavam que não seria possível, que iríamos atrasar, que a cidade ia quebrar. Você tem investimento em cada canto dessa cidade, os recursos existem. A previdência está em equilíbrio, tanto que o nosso servidor dorme tranquilo", completou o candidato.

O argumento de Pedro Paulo causou indignação em alguns candidatos durante o debate, como em Alessandro Molon (Rede). Ele disse que Pedro Paulo "não deve ler jornal", já que afirmou que não houve corrupção. "A história dele é a mesma que ouvimos de Pezão em 2014, de que o Rio está uma maravilha. Mas agora o estado está em calamidade pública. Vamos recuperar a cidade", reforçou Molon.

Assim como ele, Jandira Feghali (PcdoB) também atacou Paes e lembrou dos candidatos que não foram incluídos no debate. Apenas no início da noite desta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a participação daqueles que têm menor representatividade na Câmara dos Deputados. 

"Fazemos debate pelas ideias e não pela exclusão", reforçou Jandira, que lembrou ainda do processo de impeachment contra Dilma. "Os outros partidos votaram aqui pelo golpe institucional. É o palco da traição. A Olimpíada foi um êxito, mas ninguém citou que foi bancada por um recurso federal", afirmou.

Educação e segurança foram outros assuntos comentados nesta noite. Pedro Paulo elogiou os projetos das Escolas do Amanhã e disse que é preciso ter uma educação integral. Já Marcelo Crivella (PRB), destacou que o importante, no momento, é melhorar os números do IDEB, índice que avalia a qualidade da educação na cidade. "As escolas de hoje tiveram cortes de custeios, o governo gastou muito com a Olimpíada. É uma realidade que não podemos fugir", ressaltou. 

Em relação à violência, Flávio Bolsonaro (PSC) explicou que é preciso treinar o efetivo de 7,5 mil profissionais na Guarda Municipal e disse que a prefeitura deve atuar também diretamente na questão da segurança, e não só o estado. "Temos que mudar o foco da segurança pública e também chamar os excedentes da Guarda que ainda não foram chamados do concurso", sugeriu.

Próximo ao fim do segundo bloco, Flávio Bolsonaro passou mal e teve de deixar o debate. Pelo Twitter, Marcelo Freixo comentou alguns dos assuntos tratados no debate, reproduzidos abaixo:

"Precisamos investir na juventude. Para a gente, a escola não é do amanhã. É de agora!"

"Uma cidade segura não se faz com mais policiamento. é uma cidade iluminada, onde as pessoas frequentam a rua e praças."

"O Uber tem que ser regularizado. É evidente que a população do Rio seja bem atendida, seja pelo Uber ou pelo Taxi."

"O direito à mobilidade é um direito à cidade. É absurdo que os moradores do subúrbio demorem horas para chegar ao Centro."

"Vamos criar a secretaria de mobilidade, que pensa todos modais. Ciclovia tem que estar na sec. de transporte, não na de meio-ambiente."

"Queremos uma parceria público-público entra a Prefeitura e as universidades, a Fiocruz."

"Defendemos a criação de uma empresa pública de transporte. Não pode ser mais a Fetranspor. Tem que ter planejamento!"

"O nº de emprego gerado pela empresa de ônibus caiu 6% por causa da dupla função motorista/ cobrador. A gente é contra e vamos mudar isso".

"Pagar servidor em dia é obrigação de qualquer gestor. Inclusive, poderia pagar melhor, né? "

"Os taxistas sofrem uma exploração brutal. A Prefeitura tem que capacitar os taxistas p/ que eles possam oferecer um serviço melhor."

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