Por cadu.bruno

Rio - Mesmo com o fim dos Jogos Rio 2016, em 21 de agosto, a cidade não perdeu seu clima olímpico. Com ajuda da campanha #viradaparalimpica, promovida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para convocar a população às arenas, é possível perceber número maior de cariocas e turistas, portadores de deficiência, ou não, mais entusiasmados com a proximidade da Paralimpíada. O evento terá abertura oficial na próxima quarta-feira. Neste domingo, houve ensaio da cerimônia no Maracanã.

Deficientes físicos surfam na Praia de Ipanema%3B Na foto%2C Paola Antonini que ficou sem uma das pernas em um acidente de carroSeverino Silva / Agência O Dia

Os cadeirantes, principalmente, têm sido alvo de curiosos em saber um pouco mais sobre a rotina, revela membro da equipe Santer Rio, de rúgbi adaptado. Atacante do time e mais antigo no grupo, Eduardo Mayr, 44 anos, participou ontem de evento em Ipanema promovido pela a ONG Adaptsurf e o CBP, que em que pessoas com diversos tipos de deficiência aprendem a surfar. Ele conta que é parado constantemente na rua para explicar mais sobre o esporte, que muitos que assistem confundem com o basquete, revela.

“Tenho curtido muito esse interesse das pessoas na nossa prática”, diz Mayr, que fraturou a cervical ao mergulhar no mar e bater de cabeça em uma pedra, durante viagem com a família. Além do rúgbi, ele também pratica bodyboard adaptado nas horas de lazer.

Mayr receberá em sua casa, amigos da Argentina, Paraguai e Alemanha. Todos bastante ansiosos para pisar em solo carioca.

Parceiro do Mayr na equipe Santer Rio, Daniel Gonçalves, 31, está animado com a estreia do Brasil no rúgbi adaptado nessa Paralimpíada. E a visibilidade que os deficientes ganharam nos últimos dias tem sido recompensante. Mas percebe que faltam melhorias para que possam circular com mais segurança pelas ruas.

“Em horário de pico não podemos usar o BRT nem o metrô, por exemplo, mas em compensação as arenas e os bairros que vão receber os jogos estão mais acessíveis”, afirma.

Gonçalves conhece e já treinou com todos os jogadores da seleção. Será a primeira vez que poderá assistir tão de perto às competições. Ele ficou tetraplégico quando teve a Síndrome de Guillain Barré.

Atores participam

Embaixadores do CPB, os atores Cleo Pires e Paulinho Vilhena também estiveram no evento em Ipanema. Os dois protagonizaram campanha com fotos “amputados” para promover os Jogos que provocaram polêmica. Para os dois, foi um prazer ver de perto a felicidade e a coragem da galera que praticou do evento.

“Esses meninos do rúgbi têm uma disposição incrível”, disse Cleo. Já o Paulhinho não cansava de fazer vídeos com os paratletas e contava, bastante empolgado, a história de cada um presente.

A modelo fotográfica Paola Antonini, 22, experimentou o surf adaptado pela primeira vez e se saiu bem. Primeira deficiente a surfar com os professores da Adaptsurf, Daniela Tavares, 35, que tem a visão dos dois olhos comprometida, diz que é instrutores foram muito atenciosos.

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