Por adriano.araujo

Rio - Um grupo de policiais civis, aprovados em concurso, protestam na porta da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na manhã desta quarta-feira. Eles passaram a noite em vigília na frente da Casa em diversas barracas e cobram a nomeação e posse para os cargos para começarem a trabalhar.

Os policiais, um total de 96 aprovados para o cargo de papiloscopista policial, passaram por todo o procedimento após a aprovação — psocotécnico, testes físicos e avaliação médica — e realizaram o curso de formação da Academia da Polícia, que foi concluído em 15 de julho, mas até agora não houve nenhuma sinalização no sentido de convocá-los. O grupo vai ficar acampado até uma resposta positiva do estado indicando a nomeação, com a publicação no Diário Oficial, e a posterior posse.

Aprovados em concurso da Polícia Civil e que passaram por formação na academia para o cargo de papiloscopista ainda não convocados para trabalharDivulgação

"O curso durou seis meses, de forma integral. Todo este tempo estamos à disposição da polícia. Muita gente tinha emprego e teve que largar para se dedicar a intensa preparação da academia. Agora estamos desempregados, em casa, sem nenhuma resposta ou expectativa", disse à reportagem do DIA Marcelle de Araujo Lopes, 28 anos, uma das aprovadas no concurso, que foi realizado em dezembro de 2014. 

De acordo com a Secretaria de Segurança, o pedido de nome e posse dos policiais foi assinado e enviado pelo secretário José Mariano Beltrame em 9 de agosto de 2016 para a Casa Civil para publicação no Diário Oficial. Desde então, segundo a Seseg, o titular da pasta vem cobrando o provimento dos candidatos nas vagas. Procurada, a Secretaria de Fazenda ainda não se pronunciou.

Em uma carta divulgada pela comissão formada pelos aprovados, eles relatam que o cargo para o qual passaram — Papiloscopista Policial de 3ª classe — tem apenas dois servidores atuando, quando o ideal, segundo eles, é de 350. O último concurso para a função foi em 2002.

"A situação é muito crítica. Se nós, 96 aprovados dentro do número de vagas do edital, aptos para nomeação imediata, entrássemos amanhã, ainda assim haveria defasagem no cargo. O concurso anterior ao nosso foi há 14 anos", diz o texto.

Eles também ressaltam que o provimento não terá grande impacto na folha, visto que dos aprovados 25 já são servidores estaduais, 17 inclusive já trabalham na Polícia Civil em outros cargos.


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