Rio - Condenado por vários crimes a pegar 320 anos de cadeia, Fernandinho Beira-Mar está sendo mais uma vez julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio, agora, por videoconferência. A medida foi tomada como forma de economia, já que o traficante está preso no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia. Iniciado pela manhã, o julgamento não tinha hora para acabar até o início da noite.
A acusação da vez é por homicídio triplamente qualificado de Michel Anderson Nascimento dos Santos, torturado e morto aos 21 anos em agosto de 1999, na Favela Beira-Mar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A motivação para o crime seria o envolvimento do jopvem com uma das namoradas de Beira-Mar. Em conversa interceptada pela polícia na época, Michel contava que os homens que o sequestraram já tinham arrancado seus dedos e orelha, e que o fizeram comê-la. A gravação termina com barulho de tiros.
O advogado de Beira-Mar, José Maurício Neville de Castro Junior, disse que a ligação “era um trote” e que o júri estava julgando “um crime sem cadáver.” Beira-Mar usou seu direito de ficar calado e em vários momentos parecia descontraído e até sorriu.