Rio - O consórcio que administra o Teleférico do Alemão, no conjunto de favelas da Zona Norte do Rio, decidiu suspender o transporte aéreo, que corta toda a comunidade, por tempo indeterminado. O motivo é a falta de pagamento do estado, junto ao consórcio Rio Teleféricos. O valor da dívida já passa de R$ 16 milhões.
O valor mensal do contrato com o consórcio, assinado em março deste ano, era de R$ 2,7 milhões. O contrato anterior com a Supervia era de R$ 3,3 milhões e com a mudança para a Rio Teleféricos o governo do estado economizou aproximadamente R$ 700 mil ao mês. Mesmo com a mudança de concessionária, a economia não fui suficiente para custear o valor do transporte.
Em março, quando o contrato foi assinado com a Rio Teleféricos, o secretário de Estado de Transportes, Rodrigo Vieira, esteve no conjunto de favelas e garantiu um "atendimento de excelência à população" daquela localidade. No entanto, a crise chegou, afetou o estado e consequentemente todas as empresas terceirizadas, inclusive a empresa que administra o teleférico.
Por dia, mais de 9 mil usavam o transporte, nas seis estações (Bonsucesso, Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Palmeiras). Com a interrupção, os 150 funcionários — sua maior parte de moradores da comunidade — deverão ser dispensados.
De acordo com o a empresa, a Secretaria Estadual de Transportes foi informada sobre a suspensão das obrigações contratuais de operação e manutenção do teleférico devido à falta de pagamento, que não é efetuado desde abril. A concessionária também informou que a troca de cabos do transporte, que foi anunciada há cerca de um mês, não será feita enquanto o contrato estiver suspenso.
O Teleférico do Complexo do Alemão foi inaugurado em 7 de julho de 2011 e, desde então era operado pela SuperVia. No começo deste ano, o Rio Teleféricos assumiu a administração. Primeiro sistema de transporte de massa por cabos no Brasil e integrado à rede ferroviária, alcançou a marca total de mais de 13 milhões de passageiros transportados.
Procurada, a Secretaria de Estado de Transportes confirmou o débito junto ao consórcio. Ainda de acordo com o comunicado, "devido ao agravamento da crise financeira, a prioridade absoluta do governo é o pagamento dos salários do funcionalismo". Por fim, a pasta informou que, só após o pagamento do funcionalismo público, os "demais pagamentos serão efetuados pela Secretaria de Fazenda de acordo com a disponibilidade de recursos em caixa".
Reportagem de Rafael Nascimento