Rio - “Quero chorar o seu choro, quero sorrir seu sorriso, valeu por você existir, amigo”. Os versos da música ‘Amizade’, da banda Fundo de Quintal, foram cantados por cerca de 400 pessoas que compareceram ao enterro do policial militar Renato Liberato Neto, na tarde desta segunda-feira, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
O sargento, lotado na Corregedoria da PM, morreu após ser baleado com um tiro na cabeça, na tarde de domingo, ao entrar em uma loja de departamentos na Rua Sacadura Cabral, no Centro do Rio. Ele estava com a filha quando entrou e se deparou com um assalto em andamento. A menina, de 10 anos, foi baleada na perna e seu estado de saúde é estável e ela permanece internada.
Policiais da Divisão de Homicídios disseram, a partir de imagens de câmeras, que o sargento tentou sacar a arma no momento em que foi abordado pelos assaltantes e acabou baleado. Ele ainda foi levado com vida para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Renato era irmão de um policial federal e, por conta disso, vários agentes federais compareceram ao enterro. Entre eles, o subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, delegado Fábio Galvão. “Também estou representando a Secretaria, mas não tenho autorização para dar entrevista”, disse o agente.
“É mais um policial morto e onde está a mobilização da sociedade? Somos nós por nós”, desabafou um amigo, que tinha uma camisa com a inscrição ‘SOS Polícia’.
Logo após a morte do sargento, uma grande mobilização policial foi montada para prender os assassinos do PM. Eles ainda não foram identificados, mas câmeras de segurança flagraram suas fisionomias. A operação contou com policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Divisão de Homicídios. Na ação, realizada ontem na Pedra do Sal, dois supostos traficantes morreram. Os suspeitos do crime ainda não foram presos.
De janeiro a outubro deste ano, 556 policiais ficaram feridos e 115 foram mortos no Estado do Rio de Janeiro, como mostrou levantamento da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A maioria dos mortos estava de folga. Conmo Renato.