Por karilayn.areias

Rio - Preocupada com o destino dos animais do RioZoo, cujo contrato de concessão à iniciativa privada está num vaivém jurídico desde o início do mês, a seção Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai agir para que os bichos não fiquem à míngua. A Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da entidade vistoriou as dependências do parque ontem. “Queremos que o Tribunal de Justiça permita que, pelo menos por enquanto, os animais sejam tratados lá, porque senão vai ser um caos tremendo”, alertou o advogado Reynaldo Velloso, presidente da comissão.

Prefeitura tem de reassumir amanhã gestão do parque, cuja concessão foi suspensa. OAB teme ‘caos’Agência O Dia

A Prefeitura do Rio tem até amanhã para reassumir o espaço, concedido ao Grupo Cataratas dia 3 — mas três dias depois a desembargadora Marcia Cunha Silva Araujo de Carvalho suspendeu o edital, apontando irregularidades no processo. Segundo ela, quem elaborou o projeto que serviu de base para a formulação do edital de licitação não só participou da concorrência, mas a venceu. A prefeitura recorreu, e o Grupo Cataratas continuou trabalhando em melhorias emergenciais.

“Os recintos precisam ser limpos, e as obras nas jaulas precisam ser terminadas. Se isso não acontecer, os animais, na maioria, vão continuar confinados”, advertiu Velloso. “Se não acontecer a sensibilidade da Justiça para esta questão, a partir de terça, vai se estabelecer o corredor da morte. Esses animais vão ser abandonados à própria sorte”, concluiu.

O Grupo Cataratas também está preocupado. “Anular a concessão sem apontar uma solução é um ato que coloca em risco a vida de todos os animais”, pondera José Roberto Scheller Jr, responsável pela gestão da concessionária. A Prefeitura do Rio não se manifestou. 

Melhorias no espaço sob risco

Desde que assumiu o Zoológico do Rio, no início do mês, o Grupo Cataratas introduziu novos protocolos veterinários e de nutrição para dar mais conforto e bem-estar aos animais — como oferecer picolés de iogurte para os símios, a fim de amenizar o forte calor das últimas semanas. Além disso, foi iniciado um trabalho intensivo de recuperação dos recintos e de enriquecimento ambiental (inserção de vegetação e entretenimento para os bichos).

A previsão era reabrir o espaço para visitação em meados de novembro, depois de reparos emergenciais, mas as obras continuariam por mais dois anos. A concessão do espaço era de 35 anos.

Em janeiro, o Ibama interditou o parque, por acusação de maus-tratos. Dois meses depois, a Prefeitura do Rio reabriu o espaço, após algumas obras.

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