"O ato é público. A gente não consegue evitar isso quando a polícia começa a dispersar as pessoas de forma violenta. Nós não queremos esse tipo de enfrentamento. O que falta acontecer nessas manifestações? Só falta um óbito. É a nossa maior preocupação", disse o presidente da Associação dos Bombeiros do Estado do Rio, Misac Eflaim.
Nesta quarta-feira, não há qualquer movimentação até agora na frente da Alerj. O policiamento estava reforçado por volta das 12h. Agentes da Força Nacional de Segurança estavam junto à porta principal da casa e PMs guardavam a frente da Igreja de São José, que ontem chegou a ser invadida por policiais que a usaram para atirar balas de borracha em manifestantes. Os policiais também se concentram na esquina da Avenida Presidente Antônio Carlos com a Rua da Assembleia.
Nesta terça, a rua se transformou numa batalha campal, com policiais lançando bombas de gás lacrimogêneo, disparando balas de borracha e manifestantes arrancando pedras portuguesas do calçamento e as lançando contra eles.
Participantes do protesto queimaram cabine de empresa de ônibus e um banheiro químico na via. "A gente não vai recuar. Não vamos sair das ruas. Inclusive acredito que a quantidade dos servidores a partir de agora será bem maior. A gente está brigando pela manutenção de direitos adquiridos, pelos nossos filhos. Então vamos correr esse risco", afirmou Odonclei Boechat, diretor do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário.
Boechat ressaltou o emprego de "força desproporcional e desmedida" da polícia nesta terça, já nas primeiras tentativas de servidores de derrubar a grade que protege a Alerj. "Já começaram direto atirando bala de borracha, inclusive ferindo nosso presidente (Gutembergue de Oliveira) no olho. Foram cinco horas de violência".
O próximo protesto grande deve ser apenas na segunda-feira, dia 12, quando estão previstas votações de projetos do pacote anticrise do governo do Estado pelos deputados que penalizam diretamente o funcionalismo público. Por ora, segundo Boechat, as categorias irão se reunir em assembleia para discutirem os incidentes de ontem. O ato começou às 10h e foi reprimido com violência a partir das 13h30. Foram ouvidas explosões e bombas até o início da noite.