Por rafael.nascimento
Rio  - Associações de servidores identificaram a participação de black blocs no protesto desta terça-feira, 6, que começou em frente à Assembleia Legislativa e se estendeu pelo centro do Rio Representantes das entidades disseram que não incitam qualquer tipo de violência, mas ressalvaram que não têm condições de evitar o que classificaram como infiltração de mascarados.
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Manifestante tenta derrubar grade que cerca o entorno da Alerj Foto%3A Luiz Ackermann / Agência O Dia

"O ato é público. A gente não consegue evitar isso quando a polícia começa a dispersar as pessoas de forma violenta. Nós não queremos esse tipo de enfrentamento. O que falta acontecer nessas manifestações? Só falta um óbito. É a nossa maior preocupação", disse o presidente da Associação dos Bombeiros do Estado do Rio, Misac Eflaim.

Nesta quarta-feira, não há qualquer movimentação até agora na frente da Alerj. O policiamento estava reforçado por volta das 12h. Agentes da Força Nacional de Segurança estavam junto à porta principal da casa e PMs guardavam a frente da Igreja de São José, que ontem chegou a ser invadida por policiais que a usaram para atirar balas de borracha em manifestantes. Os policiais também se concentram na esquina da Avenida Presidente Antônio Carlos com a Rua da Assembleia.

PM jogou gás lacrimogêneo e houve correria no localFoto%3A Luiz Ackermann / Agência O Dia

Nesta terça, a rua se transformou numa batalha campal, com policiais lançando bombas de gás lacrimogêneo, disparando balas de borracha e manifestantes arrancando pedras portuguesas do calçamento e as lançando contra eles.

Participantes do protesto queimaram cabine de empresa de ônibus e um banheiro químico na via. "A gente não vai recuar. Não vamos sair das ruas. Inclusive acredito que a quantidade dos servidores a partir de agora será bem maior. A gente está brigando pela manutenção de direitos adquiridos, pelos nossos filhos. Então vamos correr esse risco", afirmou Odonclei Boechat, diretor do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário.

Manifestantes jogaram pedras portuguesas nos PMs Foto%3A Luiz Ackermann / Agência O Dia

Boechat ressaltou o emprego de "força desproporcional e desmedida" da polícia nesta terça, já nas primeiras tentativas de servidores de derrubar a grade que protege a Alerj. "Já começaram direto atirando bala de borracha, inclusive ferindo nosso presidente (Gutembergue de Oliveira) no olho. Foram cinco horas de violência".

O próximo protesto grande deve ser apenas na segunda-feira, dia 12, quando estão previstas votações de projetos do pacote anticrise do governo do Estado pelos deputados que penalizam diretamente o funcionalismo público. Por ora, segundo Boechat, as categorias irão se reunir em assembleia para discutirem os incidentes de ontem. O ato começou às 10h e foi reprimido com violência a partir das 13h30. Foram ouvidas explosões e bombas até o início da noite.