Por gabriela.mattos
Rio - A Justiça Federal no Rio bloqueou, na noite desta sexta-feira, R$ 158 mil em contas do empresário Eike Batista e R$ 57 milhões de seu braço direito e vice-presidente de futebol do Flamengo, Flávio Godinho. Os dois são alvo da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Lava Jato. Eike ainda não se apresentou à Justiça e está na lista da Interpol, a Polícia Internacional.
Na mira da Operação Lava Jato, empresário Eike Batista está sendo procurado pela InterpolArquivo

O empresário viajou para Nova York na última terça-feira e teria usado um passaporte alemão. As investigações apontam que Eike e Godinho pagaram US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral em troca de benefícios em obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Eike, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem obstruído as investigações.

Imagens mostram momento do embarque

Divulgadas nesta sexta-feira, imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) mostram o momento em que Eike embarcou para Nova York na última terça-feira. Na ocasião, ele vestia uma calça jeans e um paletó preto. O voo do empresário estava marcado para 11h30.

Patrimônio de quadrilha é um 'oceano'

Em entrevista à imprensa sobre a Operação Eficiência, o procurador da República, Leonardo Freitas, que participa da força-tarefa, disse que os valores movimentos pelo ex-governador Sérgio Cabral em contas ilegais no exterior podem chegar a US$ 100 milhões (cerca de R$ 340 milhões). Segundo ele, esses valores ainda não podem ser precisados.

Vice de futebol do Flamengo teria participado do esquema de propinasReprodução Internet

"O patrimônio dos membros da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral é um oceano ainda não totalmente mapeado”, disse o procurador, na entrevista, na sede da Polícia Federal no Rio. 

A operação teve como base depoimentos, dos delatores Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson Chebar, que são irmãos e atuavam no mercado financeiro. Eles decidiram colaborar espontaneamente com a força-tarefa e estão envolvidos na remessa de US$ 100 milhões do ex-governador para paraísos fiscais e dos US$ 16,5 milhões pagos por Eike Batista em propina. De acordo com as investigações, os irmãos utilizaram várias contas no exterior para dividir o dinheiro enviado por Cabral. Uma delas, a primeira, tinha o nome de Eficiência, que acabou dando nome à operação.

Com informações do Estadão Conteúdo