Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Com mandado de prisão expedido pela Justiça Federal do Rio, Eike Batista pode ter usado um passaporte alemão para deixar o país, na última terça-feira. De acordo com o procurador da República Tacio Muzzi, a possível viagem para Nova York, levantada após ser descoberta uma reserva na companhia American Airlines, também não está confirmada. A Interpol está em contato com as autoridades brasileiras e informou que ele não desembarcou em solo americano. Muzzi disse que não se pode afirmar ainda que ele teve a intenção de fugir. O empresário possui dupla nacionalidade, já que a mãe nasceu na Alemanha.

"Estamos em contato com a Interpol para saber se ele chegou a Nova York e eles atuam para verificar se procede. Há informação de que teria usado um passaporte alemão, o que também está sendo verificado", disse, reforçando que não havendo contato, será considerado foragido. "No curso da busca, o advogado disse que ele vai se apresentar normalmente. Não havendo um contato, será buscado fora do país e adotadas as medidas internacionais cabíveis." Caso ele não se apresente e esteja realmente fora do país, será emitido a "difusão vermelha" a Interpol. O alerta é dado para os mais procurados do mundo.

Eike Batista tem mandado de prisão expedido pela JustiçaArquivo

'Astronômica cifra' na conta de Cabral

O nome da operação, Eficiência, se refere a uma conta que Sérgio Cabral possuía nos Estados Unidos em 2002, na época ainda deputado federal pelo Rio. A conta, que possuía poucos milhões até então, atingiu 100 milhões de dólares ao longo de 10 anos. De acordo com o MPF, R$ 270 milhões já foram repatriados. Destes, pelo menos R$ 50 milhões vieram de Eike Batista.

O procurador da República Leonardo Cardoso de Freitas disse que o valor total desviado por Sérgio Cabral e sua quadrilha é um "oceano ainda não completamente mapeado. Eu diria que esse R$ 100 milhões é algo acima do imaginável", falou. 

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Na negociação dos R$ 16,5 milhões com Eike Batista e Flávio Godinho, Cabral chegou a pedir a transferência em 100% de ações da Petrobras, mas foi alertado pelos seus colaboradores que não seria "uma opção muito inteligente." O porquê do pagamento dessa propina não foi revelado.