Suspeito de pedofilia, preso em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense
Suspeito de pedofilia, preso em Nova Iguaçu, Baixada FluminenseReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Por Thuany Dossares e Bruna Fantti
Rio - As investigações da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) demonstraram que imagens de bebês, de apenas três meses de idade, sendo abusados sexualmente estavam sendo compartilhadas na deep web por pedófilos. No Estado do Rio, nove homens que repassam conteúdo de crianças e adolescentes sendo estupradas foram alvo de mandado de busca e apreensão, durante a Operação Lótus, deflagrada, na manhã desta terça-feira. Até o momento, cinco homens foram conduzidos para a Cidade da Polícia e podem acabar presos em flagrante.

Segundo o delegado Adriano França, titular da Dcav, quanto menor a idade da criança, maior o fetiche desses pedófilos.

"São fotos de criança e adolescente na efetiva prática de sexo explícito, pornográfico. São cenas estarrecedoras, proibidas até de imaginar. Ainda que pudesse ser divulgado, são cenas estarrecedoras, crianças de meses, bebês. Logicamente, têm crianças de mais idade e adolescentes, mas a grande fase dessa rede, o fetiche eram com crianças de tenra idade", explicou o delegado.

Mesmo com a experiência de 28 anos na Polícia Civil, 15 como inspetor e 13 como delegado, as imagens chocaram o investigador. Ele conta que há cenas de abuso sexual contra bebês de apenas três meses de idade.

"Encontramos vídeos e fotos das mais variadas espécies. Qualquer violência contra criança e adolescente, ela choca. Mas quando você se depara com cenas envolvendo bebês de três meses, realmente é estarrecedor", contou o delegado.

Homens que foram alvo de busca podem acabar presos em flagrante

Nesta terça-feira, a DCAV cumpriu nove mandados de busca e apreensão em diferentes municípios do Rio de Janeiro e, até às 10h20, cinco homens haviam sido conduzidos para a delegacia, junto com seus aparelhos eletrônicos. Eles podem acabar presos em flagrante. 
Ação cumpre mandados de prisão em diversos pontos do Rio - Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Ação cumpre mandados de prisão em diversos pontos do RioReginaldo Pimenta/Agência O Dia


"Estamos aguardando o resultado da perícia. Se o perito confirmar que há o material armazenado, eles serão presos em flagrante", esclareceu França.

De acordo com o delegado, a Operação Lótus é apenas uma das fases das investigações, que irá continuar. "Hoje a gente está com pessoas que armazenam esses vídeos, mas a investigação não para em uma operação, pelo contrário, ela abre um leque para que mais operações ocorram, inclusive prendendo os participantes do vídeo (pedófilos)", informou.
França finalizou pedindo o apoio da população para denunciar abuso sexual, armazenamento e compartilhamento desses crimes contra crianças e adolescentes.

"A criança não tem voz e os crimes são cometidos, geralmente, em ambiente doméstico ou mesmo em casa de vizinhos e pessoas próximas, em ambiente intrafamiliar ou extrafamiliar, mas pessoas próximas. A percepção que nós temos, é que a sociedade tem o dever de comunicar, ainda que não vá pessoalmente, temos vários órgãos: disque-denúncia, disque 100, ouvidoria da Polícia Civil (197). Essas pessoas não podem se calar".

Um ano de investigação contra pedófilos

A operação ocorreu após um ano de investigação e visa cumprir 68 mandados de busca e apreensão, em diferentes estados, contra uma rede de pedófilos. A ação, chamada de Lótus, ocorre no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. 

No Estado do Rio, a própria DCAV cumpriu nove mandados, com apoio de outras delegacias especializadas, em Macaé, Campos, Niterói e Duque de Caxias. Na capital, os alvos estavam em endereços em Jacarepaguá e Guaratiba. 
Material apreendido na casa do suspeito de pedofilia, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense - Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Material apreendido na casa do suspeito de pedofilia, em Nova Iguaçu, Baixada FluminenseReginaldo Pimenta/Agência O Dia


A investigação apontou outros 16 estados em que pedófilos se comunicavam através de grupos pela internet. Esses mandados serão cumpridos pelas respectivas polícias de cada localidade, sendo: Bahia (5); Ceará (3); Espírito Santo (3); Goiânia (5); Maranhão (1); Minas Gerais (6); Mato Grosso (2); Pará (4); Pernambuco (2); Piauí (1); Paraná (1); Rio Grande do Norte (1); Rio Grande do Sul (6); Santa Catarina (1); Sergipe (1) e São Paulo (15). Um outro homem, apontado por pedofilia, tem residência no Distrito Federal.